Polícia palestina liberta suposto membro do Hamas

Cidade de Gaza - A polícia palestina libertou um suposto membro do esquadrão de mísseis do grupo islâmico Hamas. A notícia veio à tona apesar de uma promessa do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, de reprimir grupos ou indivíduos que violarem a trégua com Israel. O suspeito abriu fogo contra os policiais palestinos quando foi cercado. Um lançador de foguetes foi encontrado em seu carro. Mesmo assim, o Egito uniu-se ao Hamas para pressionar funcionários palestinos e conseguir a libertação do suspeito.

A detenção aconteceu no fim da noite de ontem. Policiais palestinos pararam um carro momentos depois de dois foguetes terem sido disparados contra uma cidade israelense próxima da Faixa de Gaza. O ataque não deixou vítimas. Três supostos militantes do Hamas estavam no veículo abordado e abriram fogo contra os policiais. Dois suspeitos conseguiram escapar, mas um foi detido, informou Tawfik Abu Lhossa, porta-voz do Ministério de Interior da ANP. Também não houve feridos neste incidente.

Nas primeiras horas de hoje, porém, funcionários palestinos libertaram o suspeito sob pressão do Hamas e do Egito, país que é aliado tanto da ANP quanto de Israel. No último sábado, Abbas ameaçou reprimir com "mão de ferro" aqueles que tentarem prejudicar o cessar-fogo acertado no início de fevereiro com Israel, mas a breve detenção do suposto militante expõe a dificuldade de sua missão.

Os grupos armados palestinos gozam de ampla popularidade entre a população local. Ao mesmo tempo, o Egito, um dos principais aliados de Abbas, não o apoiou por temer que a detenção levasse militantes islâmicos a realizar manifestações de rua. Para o governo israelense, o incidente mostra que Abbas não tem escolha a não ser endurecer contra os militantes. Em Washington, a chancelaria dos Estados Unidos manifestou que a ANP precisa assumir suas responsabilidades.