Se os animais foram mantidos na área que pertence aos índios xavantes podem ser confiscados. Dentro da área são criados mais de 200 mil cabeças de gado, segundo a Associação dos Produtores da Gleba Suiá Missú. Alguns proprietários que foram notificados pela Justiça a deixar a terra estão transferindo os animais para fazendas vizinhas, que ficam fora da área indígena.
Mas nem todos conseguiram um local para deixar o gado, como é o caso do pecuarista Alencar de Oliveira Lobo. "Não consigo achar pasto para alugar. Já descemos em vários lugares, até na divisa com o Pará, e não encontro lugar para deixar meu gado", reclamou. Assim como ele, o produtor João Neto Barbosa afirmou que não sabe o que fazer. "Não achamos pasto, não tem lei a nosso favor", disse.
"Muitos conseguiram algum lugar, mas eu não consegui. Já andei muito procurando lugar para deixar meu gado e não achei. Estou desesperado", afirmou outro pecuarista, Edson Rodrigues de Camargo.
Outro problema que prejudica os pecuaristas é o preço que estão oferecendo pelo gado. No período de crise e indefinição, os compradores querem pagar um valor bem abaixo do que o mercado oferece. "Os compradores querem aproveitar da nossa situação", disse Edson.
Por causa do bloqueio na BR-158, que dá acesso ao município, os caminhões boiadeiros não conseguem chegar até o local. O coordenador da operação, Nilton Tubino, disse na semana passada que para os pequenos produtores rurais o governo federal vai oferecer transporte. "Tem caminhões. Vamos ter vans para transportar as pessoas", afirmou.
Nesta quarta-feira (12), agentes da Força Nacional retomaram a ação de desocupação. O alvo são as fazendas localizadas às margens da BR-080, onde estão os maiores proprietários.
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