Oposição taiuanesa propõe criação de mercado comum a China

O líder da oposição taiuanesa e presidente do Kuomintang (KMT), Lien Chan, propôs nesta segunda-feira a criação de um "mercado comum" entre a ilha e o gigante asiático, durante sua histórica visita a Xangai (leste), que termina amanhã.

"O estabelecimento desta plataforma é de vital importância, já que atualmente ainda não há sinais de contatos oficiais entre as duas margens do Estreito", afirmou o político taiuanês.

Lien ressaltou a importância de fortalecer os laços de cooperação econômica com "o continente", e acrescentou que "o mecanismo para isto é o mercado comum", que deveria ser planejado e promovido "de maneira especializada, a longo prazo e em profundidade".

O principal dirigente do KMT propôs esta idéia diante de mais de 300 empresários taiuaneses residentes em Xangai, capital econômica e financeira chinesa, durante um discurso veiculado ao vivo pela televisão estatal.

Lien mencionou a importância dos mercados comuns regionais, e afirmou que o estabelecimento de um mercado comum entre China e Taiwan seria "um grande passo à frente nas relações através do Estreito", segundo a agência oficial chinesa.

Durante os oito dias da visita se evitou falar de "China" e "Taiwan", e foram usados eufemismos diplomáticos como "os dois lados do Estreito" (de Taiwan ou de Formosa, nome original da ilha).

Lien elogiou o rápido crescimento econômico chinês, e lembrou o papel dos investidores taiuaneses nos últimos anos no desenvolvimento da China.

"As duas margens do Estreito deveriam contar uma com a outra sem hesitar, complementar uma a outra e beneficiar-se mutuamente", disse Lien, e pediu ao governo de Taipé que "aja de acordo com a tendência dos tempos e com a aspiração comum do povo".

"Sob as circunstâncias atuais é importante estabelecer um mecanismo de cooperação econômica", insistiu Lien. Para isso, o KMT e o PCCh decidiram abrir um fórum de promoção econômica, comercial e cultural, e outro sobre o "desenvolvimento pacífico", segundo Xinhua. Políticos, empresários e "outras pessoas relevantes" devem participar destes fóruns, disse Lien.

Lien chegou a Xangai no domingo, após visitar Nanquim (capital da China quando o KMT abandonou o país para se refugiar em Taiwan), Pequim (para se reunir com o presidente chinês, Hu Jintao) e Xian (cidade natal do político taiuanês).

Com sua partida para a ilha, amanhã de manhã, será concluída a primeira visita de primeiro nível do KMT ao gigante asiático desde a proclamação da República Popular China, em 1949.