Vaiado no 1º de Maio, Severino diz só ouvir aplausos
As vaias causaram constrangimento nas autoridades presentes no palanque, entre elas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o vice-prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL). Como a gritaria começou antes mesmo de Severino pegar o microfone, todos esperavam ansiosos para saber como o deputado reagiria àquela situação. Quando começou a falar, o presidente da Câmara surpreendeu. "Que maravilha, que maravilha" repetiu o parlamentar, parecendo ignorar a reprovação quase unânime.
O presidente da entidade organizadora do evento, Paulinho Pereira da Silva, tentou pedir, acenando com as mãos, para que a platéia presente parasse de gritar e gesticular reprovando a fala do deputado. Mesmo assim, enquanto Cavalcanti acenava entusiasmadamente para o público, as pessoas continuaram com a sonora vaia.
Depois de aceitar ser o porta-voz dos trabalhadores no Congresso, o deputado pediu a solidariedade do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para diminuir o desemprego no País. "Não faça o povo sofrer", disse, qualificando a festa dos trabalhadores como consagradora.
A Polícia Militar estimou em 1 milhão o público que participante das comemorações do Dia do Trabalho no Campo de Bagatelle.
Após as vaias
Em tumultuada entrevista, Severino disse que a reforma sindical será votada pela Câmara, mas não da forma como a enviou o Palácio do Planalto. "Tudo que for contra o trabalhador, nós seremos contra e vamos consertar", ressaltou, citando como exemplo a MP 232.
Indagado sobre o que o presidente Lula havia dito ao considerar uma derrota sua eleição para a presidência da Câmara, Severino disse que a derrota não foi de Lula, mas do PT. Ele afirmou que as coisas boas que o governo mandar para o Congresso serão aprovados, as outras serão corrigidas.
Indagado sobre quem seria o relator da reforma sindical, ele informou disse que indicou o deputado e ex-presidente da Força Sindical, Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP), que passou a indicação para o deputado e ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vicente Paulo da Silva (PT-SP). Então, agora eles que resolvam, comentou.
No final da entrevista, indagado mais uma vez pelos repórteres das emissoras de rádio, TV e jornais se consideravam justas as vaias ocorridas durante o ato político, Severino disse que esta era uma visão tendenciosa dos fatos porque "Eu só ouço os aplausos", insistiu.
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