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Internacional
Domingo - 01 de Maio de 2005 às 19:25
Por: Tiffany Wu

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O presidente taiuanês Chen Sui-bian, sob pressão para que se reconcilie com a rival China, anunciou no domingo que havia pedido ao líder de um pequeno partido de oposição que transmitisse uma mensagem a Pequim, durante uma visita que fará este mês àquele país.

O anúncio surgiu depois que o presidente chinês Hu Jintao conduziu uma reunião sem precedentes com Lien Chan, do principal partido oposicionista taiuanês, o Partido Nacionalista, ou Kuomintang (KMT), em uma ação cujo objetivo aparente é isolar o presidente taiuanês, que defende a independência de seu país.

Chen disse que havia pedido a James Soong, presidente do People First Party (PFP), favorável à unificação com a China, que transmitisse uma mensagem a Pequim. A China afirma soberania sobre Taiwan, que adotou regime democrático. Soong deve partir quinta-feira para a China, e será recebido por Hu na semana que vem.

"Falei com Soong na noite de ontem (sábado) e pedi que ele transmitisse uma mensagem especial", disse Chen a repórteres, a bordo de um avião que o estava transportando às ilhas Marshall, de acordo com imagens exibidas pela Formosa TV.

"Há algumas opiniões que espero ele possa transmitir diretamente à liderança da China", disse Chen, sem divulgar o conteúdo da mensagem.

Na sexta-feira, Lien e Hu puseram fim a décadas de hostilidade entre seus partidos, que travaram uma guerra civil pelo controle da China. O KMT foi derrubado pelos comunistas em 1949, e se refugiou em Taiwan, que se autodenomina República da China.

Os dois principais adversários de Chen concordaram em trabalhar juntos para evitar um conflito militar em um dos pontos mais perigosos da Ásia, facilitando a retomada do diálogo, suspenso desde 1999, e também pretendem discutir um mercado comum e melhorar os laços comerciais e de investimento.

Os analistas dizem que a aliança pressiona Chen a se reconciliar com a China, mas Pequim se recusa a negociar com ele a não ser que acate sua política de "uma China," uma virada política que seria inaceitável para os partidários de Chen, favoráveis à independência taiuanesa.

Os críticos dizem que Lien não afirmou a soberania taiuanesa em sua visita à China, e que sua presença no país ajudou Pequim na estratégia de dividir para conquistar, adotada com o objetivo de solapar o governo de Chen. Os defensores de Lien alegam que a visita serviu para reduzir a tensão.





Fonte: Reuters

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