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Nacional
Domingo - 01 de Maio de 2005 às 14:30
Por: Carlos Franco

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São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), foi intensamente vaiado hoje, ao ter sua presença anunciada nas comemorações do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. O evento é promovido pela Força Sindical e acontece na praça Campo de Bagatelle, Zona Norte de São Paulo.

Severino não foi poupado pelo público nem mesmo depois que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o apresentou como um político que atuou a favor dos trabalhadores ao derrotar a MP 232 que aumentava o Imposto de Renda para os prestadores de serviços.

O presidente da Câmara prometeu derrotar novamente o governo nas votação da Medida Provisória 242. Ele não chegou a explicar que a MP propõe restrições à concessão do auxílio-doença e outros benefícios previdenciários.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (PE), que também participam do evento, não receberam vaias ao serem anunciados. Para os organizadores do evento, a festa já reúne 1 milhão de pessoas.

Críticas ao presidente

Ontem, o presidente da Câmara chamou de derrotados o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. "Eu não posso julgar derrotados. Problema deles, não meu", disse, ao comentar as declarações de Lula e Dirceu apontando a eleição do deputado à presidência da Câmara como um dos erros do governo. "Se foi derrota (do governo) ou não, foi uma prova de que a Câmara hoje é uma muito mais independente e não está subjugada a ninguém", disse.

"As afirmações deles pouco importam nem eu quero o julgamento deles", acrescentou Severino, que participou, à noite, de jantar na sede da Força Sindical. Severino culpou ainda o governo Lula pelo fato de a Câmara dos Deputados estar paralisada e de não votar nada nas últimas semanas. "Quem emite as medidas provisórias é o presidente da República. Quem está atravancando são os parlamentares que seguem orientação do Palácio", disse, insistindo que, apesar disso, a Câmara é hoje independente.

Severino afirmou que nove MPs trancam atualmente a pauta da Casa. Apesar das críticas, garantiu que "não quer atrapalhar a administração do presidente Lula". Severino, porém, ressaltou que Lula "é cercado de um grupo que não o deixa trabalhar", mas não quis listar quem seria desse grupo.





Fonte: Agência Estado

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