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Internacional
Sábado - 30 de Abril de 2005 às 10:25

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O tráfico de pessoas representa a terceira maior "economia ilegal" do mundo, atrás da venda ilegal de armas e do narcotráfico, ao movimentar cerca de dez trilhões de dólares por ano, denunciou a Organização Internacional de Migrações (OIM) neste sábado.

No encerramento de um seminário internacional sobre migrações na cidade espanhola de Alicante, o assessor da OIM Manuel Rojas, filósofo e psicólogo colombiano, disse que entre três e cinco milhões de pessoas por ano atravessam ilegalmente as fronteiras de países localizados nos cinco continentes.

"Estamos diante de um problema complexo, que a cada dia se torna mais crítico e diante do qual as medidas policiais e de fechamento de fronteiras se mostraram ineficazes", disse Rojas, considerando que estas políticas geraram "um efeito contrário", pois aumentaram as redes internacionais de tráfico de pessoas.

Segundo o assessor da OIM, as migrações forçadas ou irregulares "dos países do sul para os do norte são a expressão sintomática" de problemas estruturais "de inquietação, corrupção e ineficácia internacional na gestão dos mercados, da dívida, das tecnologias, do narcotráfico" ou no âmbito armamentista.

"Estes fatores geram pobreza, conflitos armados, economias ilegais, corrupção das instituições e falta de governabilidade nos países de saída", acrescentou o assessor da OIM.

Além disse, Rojas disse que as migrações irregulares são fontes de instabilidade sociopolítica nos países de chegada, de fortalecimento das redes criminosas internacionais, de violação sistemática dos direitos humanos dos imigrantes e de reforço de atitudes xenófobas.

Segundo Rojas, "antes da repressão" seria preciso investigar os diversos tipos de migrações e os fatores associados às migrações irregulares".

"Com isso, e a partir da investigação, poderiam surgir alternativas criativas e inovadoras para, por um lado, prevenir as formas irregulares da migração e, por outro, promover formas de migração que facilitem o desenvolvimento, a igualdade, a democracia e a paz", disse.

Na opinião de Rojas, o fenômeno migratório é um assunto de responsabilidade internacional compartilhada pelos países de saída e de chegada, por isso deve ser abordado "dentro da busca organizada de alternativas" entre as duas partes.





Fonte: EFE

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