Sem Silval, servidores discutem com Lacerda fim das OSSs
Em defesa da permanência do Sistema Único de Saúde (SUS), os servidores da Secretaria Estadual de Saúde fizeram uma manifestação no Centro Político Administrativo na tarde desta terça-feira (11). O movimento, intitulado como “panelaço”, reuniu cerca de 100 pessoas, que gritavam palavras de ordem e exigiam um posicionamento contrário do Governo do Estado em relação as Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Após uma passeata, os funcionários foram ao Palácio Paiaguás para tentar reunirem-se com o governador Silval Barbosa (PMDB), mas foram recebidos pelo secretário-chefe da Casa Civil, José Larcerda, já que o peemedebista estaria em Brasília.
A comissão, formada por João Damasceno, pela presidente do Sindicato dos Médicos Elza Queiróz e pela presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma), Alzita Ormond, ainda estão em diálogo no local.
A sede do Governo foi fortemente resguardada por policiais militares, que impediram a passagem dos manifestantes e até mesmo da imprensa.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os funcionários criticavam os investimentos com a Copa do Mundo, que terá Cuiabá como uma das cidades sedes em 2014 e afirmavam que a Saúde no Estado tornou-se falida por conta de má gestores.
Sem economizar nas críticas contra o ex-secretário de Saúde Pedro Henry (PP), os servidores disseram que o deputado federal, condenado a sete anos de prisão no escândalo de corrupção conhecido como Mensalão, levou o setor ao “fundo do poço”.
REPRESÁLIA
Duas servidoras da pasta disseram ao RepórterMT que sofreram represálias por se posicionarem contra a contratação das OSS´s. A funcionária Eliane Curvo, do Hemocentro, disse que só não foi encaminhada a prestar serviços no Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho por ser médica. “Chegaram a expor meu remanejamento, mas não publicaram no Diário Oficial”, relata. Já a servidora Magna Matos, também do Hemocentro, não teve a mesma sorte. Sem formação em medicina, ela passou um mês e sete dias trabalhando na sede da secretaria de Estado de Saúde, no Centro Político Administrativo. Somente com uma liminar judicial, conseguiu retornar ao Hemocentro.
A médica Eliane disse que há necessidade de mudanças nas políticas públicas e não apenas de gestão. “O Vander é um verdadeiro fantoche do Pedro Henry, deputado que nunca deveria ter sido escolhido para gerenciar a Saúde diante do envolvimento em sucessivos escândalos, como o dos sanguessugas, com desvio de recursos deste mesmo setor”.
A profissional avalia que os equívocos na área acirraram na segunda gestão do ex-governador e senador Blairo Maggi (PR). “Foram nomeados apenas secretários sem comprometimento com a Saúde Pública”. Na noite desta terça, servidores do Hospital Metropolitano de Várzea Grande vão fazer uma manifestação. Eles estão há dois meses com os salários atrasados.
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