Justiça e MP conseguem adoção de 80% das crianças

Uma parceria entre o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário culminou na adoção de 7 crianças que viviam no abrigo Crisálida, em Barra do Garças (509 km a leste de Cuiabá). No início do ano, o abrigo contava com 25 menores. Agora, apenas 3 adolescentes vivem no local.

"Em virtude destas audiências e do projeto "Barra Solidária", que é desenvolvido no município, muitas crianças acolhidas tiveram a oportunidade de retornar a um convívio familiar, onde a relação está calcada pelo afeto, diferentemente do que sucede em uma instituição de acolhimento", destacou o promotor de Justiça Mauro Poderoso de Souza

Segundo ele, além do Ministério Público e do Poder Judiciário, a iniciativa conta com a participação da Defensoria Pública, de técnicos especializados do Fórum e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). "Com o projeto Barra Solidária, as audiências concentradas realizadas nas instituições sociais, exigidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), passaram a ser pautadas não apenas por questões judiciais, mas também por atividades extraprocessuais como atendimento psicológico, entre outras", afirmou o promotor de Justiça.

Ele explicou que o projeto busca garantir o envolvimento e sensibilização da sociedade em relação ao abandono efetivo de crianças e adolescentes que vivem nos abrigos. "Esta ação solidária surgiu em razão da preocupação na forma "impessoal" que eventualmente seriam tratadas as audiências concentradas, principalmente porque em Barra do Garças existem inúmeras institucionalizações de crianças e adolescentes. A finalidade é conceder a cada criança a oportunidade de voltar para casa ou ser adotada por uma outra família", disse.

Conforme o promotor de Justiça, o projeto oferece aos adolescentes e crianças abrigadas o atendimento de diversas necessidades e possibilita à sociedade civil organizada a participação solidária na busca de soluções para um problema que atinge a base de sustentação da própria sociedade, que é a desagregação familiar. "Enfim, queremos que as crianças abrigadas se sintam amparadas e atendidas pela sociedade", afirmou.