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Internacional
Sexta - 29 de Abril de 2005 às 11:20

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Enquanto os trabalhistas defendem os avanços econômicos e a manutenção dos investimentos nos serviços públicos, os conservadores propõem uma redução de impostos e os liberal-democratas apostam em uma reforma tributária.

Já distante de assuntos espinhosos como a guerra do Iraque e sem nenhum interesse pela Europa, os programas eleitorais dos principais partidos britânicos centram-se claramente em assuntos internos, com proeminência da economia, imigração e segurança.

O primeiro-ministro, Tony Blair, centralizou seu programa nos ganhos econômicos de seu governo -o Reino Unido passa pelo mais longo período de prosperidade ininterrupto desde a era industrial-, mas é mais vulnerável em aspectos como imigração e saúde.

O líder conservador, Michael Howard, defende uma dura política migratória que estabeleça uma cota de entrada de estrangeiros, espera tirar o Reino Unido da Convenção Européia de Direitos Humanos e quer mais policiais nas ruas.

Charles Kennedy, liberal-democrata, apóia sua campanha em sua coerente oposição à guerra no Iraque, pede a abolição das caras matrículas universitárias e defende uma profunda reforma tributária. Estas são as principais propostas de cada partido: ECONOMIA O Partido Trabalhista mantém que não subirá os impostos, promete que a economia continuará estável e conseguir poupar mais 30 bilhões de euros mediante redução de despesas.

O Partido Conservador defende um corte de 20 bilhões de euros mediante a redução da burocracia e dos gastos, e uma redução de impostos de pelo menos 6 bilhões de euros.

Os liberal-democratas querem substituir o imposto municipal sobre habitação por outro baseado na capacidade de contribuição dos cidadãos e também estabelecer um imposto de 50% sobre as rendas anuais superiores a 145.000 euros para financiar o fim das elevadas tarifas de matrículas universitárias.

IMIGRAÇÃO O Partido Trabalhista propõe um sistema de pontos parecido ao da Austrália que facilite a entrada de trabalhadores qualificados em detrimento dos menos preparados e quer que os imigrantes sejam aprovados em provas de inglês e de conhecimento sobre o Reino Unido.

O Partido Conservador apóia grande parte de seu programa eleitoral no pedido de uma cota anual para limitar a entrada de imigrantes e quer centros de asilo fora do território britânico para tramitar as solicitações de asilo.

O Partido Liberal-Democrata propõe que quem pedir asilo possa trabalhar enquanto sua solicitação é tramitada, para que não dependa de ajuda do governo, e defende a introdução de uma cota de entrada para trabalhadores de países que não pertençam à UE.

SEGURANÇA O Partido Trabalhista defende a criação de 24.000 postos extra de agentes locais e de 1.300 novas vagas nas prisões.

O Partido Conservador quer 40.000 novos policiais e 20.000 lugares a mais nas prisões.

O Partido Liberal Democrata quer 10.000 policiais extras nas ruas e outros 20.000 agentes locais.

SAÚDE Os trabalhistas defendem que o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) continue tendo livre acesso, que os pacientes possam escolher o hospital e reduzir as listas de espera para um máximo de 18 semanas.

Os conservadores pretendem que os contribuintes paguem 50 % dos custos das operações em hospitais privados e defendem medidas radicais contra a bactéria MRSA, um tipo de estafilococo resistente a antibióticos de uso habitual.

Os liberal-democratas querem um serviço gratuito de atenção pessoal para os idosos, atendimento odontológico gratuito e a redução das listas de espera para as revisões médicas.

EDUCAÇÃO O Partido Trabalhista promete mais investimentos nas escolas públicas e quer manter as matrículas universitárias de até 4.500 euros combinadas com bolsas de estudos para os estudantes mais carentes.

Os conservadores defendem mais 600.000 vagas escolares e que os diretores dos centros possam expulsar os alunos por mau comportamento.

Os liberal-democratas propõem 21.000 novas vagas para professores, o fim das matrículas universitárias e a manutenção das bolsas de estudos para os estudantes mais pobres.

POLÍTICA EXTERNA, ANTITERRORISMO E EUROPA Os trabalhistas defendem a guerra no Iraque, querem mais poderes para o governo para deter suspeitos de terrorismo e apóiam a Constituição européia.

Os conservadores defendem a invasão do Iraque, mas garantem que Blair mentiu sobre as supostas armas de destruição em massa, são contra a prisão domiciliar de supostos terroristas e se opõem à Constituição européia.

Os liberal-democratas se opuseram desde o começo à guerra do Iraque, defendem uma retirada das tropas britânicas daquele país, querem que só os juízes se ocupem dos suspeitos de terrorismo e apóiam a Constituição européia.





Fonte: EFE

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