Saúde do Rio gera bate-boca entre ministro e Bornhausen

Brasília - O ministro da Saúde, Humberto Costa, e o senador do PFL, Jorge Bornhausen, protagonizaram hoje um bate-boca na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, com direito a socos na mesa e insultos pessoais. A discussão ocorreu durante uma audiência para a qual o ministro foi convocado para esclarecer a crise da saúde no Rio de Janeiro e o processo de intervenção no município, suspenso na semana passada por decisão do Supremo Tribunal federal.

Na audiência, Bornhausen leu um relatório apontando problemas no atendimento do Instituto Nacional do Câncer, administrado pelo Ministério da Saúde. No final de sua exposição, Bornhausen afirmou ao ministro que saúde é coisa séria e , portanto, não pode ser usada para fazer política, visando a eleição para Pernambuco, numa referência à possível candidatura do ministro do governo daquele Estado.

O ministro revidou dizendo que a saúde foi usada com interesse político pelo prefeito Cesar Maia, do Rio, que também é do PFL, partido de Bornhausen. Ao falar sobre a situação que encontrou no atendimento de urgência do Rio, Humberto Costa ficou exaltado, elevou o tom de voz e chegou a dar um soco na mesa. "Aqui não é casa para demagogia", afirmou Bornhausen. "Não levante a voz para um senador", completou.

O ministro reagiu. Não vim aqui para ser desrespeitado. Da mesma forma que os senadores, eu também sou autoridade". O clima só melhorou diante da intervenção do senador Tião Viana (PT-AC).