Unirondon e Todimo levam projeto de inclusão digital à escola carente de Cuiabá

Representantes da Unirondon, Todimo Construção & Acabamento e da Escola Estadual Vera Pereira do Nascimento reuniram-se na terça-feira, 26, para discutir os últimos preparativos para o início das aulas do Projeto de Inclusão Digital, no dia 02 de maio.

As aulas do curso de Informática Básica serão ministradas por voluntários, alunos do curso de Ciências da Computação da Unirondon, no laboratório de informática cedido pela Todimo de Cuiabá, no Campo Velho. Inicialmente serão formadas duas turmas com 16 alunos de 7a e 8a séries, da Escola Estadual Vera Pereira do Nascimento, do bairro Grande Terceiro. O colégio foi escolhido pela proximidade ao laboratório e o nível de carência. O curso terá duração de dois meses e 40 horas-aula.

Para Ademir Beraldi, diretor da Todimo, o projeto abre caminhos aos adolescentes para o mercado de trabalho, os motiva e disciplina. “Através da educação e envolvimento da sociedade, ‘alunos-problema’ transformam-se em alunos exemplares”, afirmou.



Segundo a professora Celma Borges de Araújo, os alunos, que não têm condições de pagar um curso, estão ansiosos pelo início das aulas. “Eles estão sonhando porque vêem no projeto a chance de conseguir o primeiro emprego”, disse.

Além do laboratório equipado com 16 computadores, programas e internet rápida, a Todimo vai ceder material didático, uniforme, controlar a freqüência dos alunos, conceder certificados de conclusão e vale-transporte aos professores voluntários.

O controle de freqüência e aproveitamento também será acompanhado pelos pais dos alunos. A escola vai realizar uma reunião com os pais e sensibilizá-los para apoiar seus filhos. “Os pais vão assinar um termo de compromisso”, afirmou a diretora da escola, Kátia Celina do Espírito Santo.

Trabalho voluntário garante estágio e reconhecimento

“O voluntariado é cada vez mais reconhecido nos currículos”, afirmou Fernando Castilho, coordenador de estágios em Tecnologia e em Sistemas de Informação da Unirondon. Para o professor voluntário Van Lee Batista Barbosa Araújo, de 19 anos, a faixa etária dos alunos, 14 a 16 anos, é muito boa porque é marcada pelo entusiasmo. “Vai ser fácil ensinar”, previu.

O voluntário Tony Roger Táxi Ferreira, 17 anos, que já participa de outro projeto, diz que a experiência é gratificante. “Ensinamos, mas aprendemos muito mais com eles”, afirmou.

Naiane Gajo Silva, 18 anos, participa de trabalho voluntário pela primeira vez. “Como os alunos, também estou ansiosa, mas acredito que será uma troca muito produtiva”, disse.

Analfabetismo digital- De acordo com o último senso do IBGE, apenas13 % da população de Cuiabá têm acesso à informática, o que coloca a capital mato-grossense na 161a posição no ranking nacional dos incluídos digitais. Em Várzea Grande, a situação é ainda mais grave. Apenas 4 % da população têm acesso a computador e o município ocupa o 1546o lugar no ranking nacional.

Além de alunos de escolas carentes, o projeto de inclusão digital pretende instruir colaboradores da Todimo, seus familiares e integrantes da comunidade das regiões circunvizinhas da loja de Cuiabá, no bairro Campo Velho.