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Internacional
Terça - 26 de Abril de 2005 às 22:24

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A Comissão Européia reconheceu que, 19 anos depois da explosão na usina nuclear de Chernobil, ainda há altos níveis de radiação em alguns alimentos, como a carne ou determinados frutos selvagens originários das regiões afetadas ou de áreas próximas. Em resposta a uma pergunta da eurodeputada alemã do partido dos Verdes Rebecca Harms, o comissário europeu de Energia, Andris Piebalgs, reconhece os altos níveis de radiação presentes em alguns alimentos procedentes, em particular, de regiões da Alemanha, Áustria, Itália, Suécia, Finlândia, Lituânia e Polônia.

"Numa investigação realizada pelos Estados membros em 2002, a Comissão pôde confirmar a presença de altas taxas de césio 137, por exemplo, na carne de caça (javalis e cabras), cogumelos e frutos selvagens e determinados peixes carnívoros", afirma o comissário.

Além disso, Piebalgs diz que nas regiões mais afetadas pela catástrofe os níveis de radiatividade presentes em alguns produtos continuarão altos e "não se espera nenhuma evolução considerável na contaminação nas próximas décadas".

Piebalgs diz, por outro lado, que o Reino Unido, a Irlanda e algumas regiões dos países escandinavos continuam aplicando restrições e controles ao transporte, venda e abate do gado procedente das regiões afetadas.

O comissário lembra um relatório publicado pela CE em 2003 que recomenda que os países adotassem medidas para proteger e informar a população.

"A recomendação prevê que a Comissão seja informada sobre os casos de descumprimento da tolerância máxima de radiação, através do sistema de alarme rápido europeu", lembra Piebalgs.

"Até hoje, o Executivo não recebeu nenhuma notificação dos Estados membros sobre os produtos procedentes de Alemanha e Polônia.

Ao longo de 2005, a Comissão pedirá que os Estados membros informem sobre as medidas adotadas para a aplicação da recomendação".

A explosão no quarto reator da usina nuclear soviética espalhou pelo menos 200 toneladas de material com uma radiatividade de 50 milhões de curies - o que equivale a cerca de 500 bombas atômicas como a de Hiroshima - e causou a morte de 31 operários e bombeiros.

Um relatório da ONU de 1995 indica que a explosão afetou direta e indiretamente no mínimo nove milhões de pessoas, entre elas de 3 a 4 milhões de crianças.

Embora não haja números oficiais definitivos, fontes da Ucrânia, Rússia e Belarus calcularam que nos últimos 19 anos pelo menos 300.000 pessoas morreram em conseqüência da radiatividade liberada pela explosão.





Fonte: EFE

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