Emprego formal cresce 16% nas entidades sem fins lucrativos
Em 2010, 2,1 milhões de pessoas estavam registradas como trabalhadores formais nas Fasfil (Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos) do Brasil. O dado faz parte de pesquisa realizada pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Gife e a Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais) e que compreende informações do segmento entre 2006 e 2010, e representa um crescimento de 16% em relação ao período anterior --de 2001 a 2005.
Apesar de a elevação ser menor que a média geral do aumento de empregos formais no Brasil (26,1%) e que a alta nas empresas comerciais (32,3%) o estudo comprova que o número de pessoas que trabalham no terceiro setor cresceu mais que o número de entidades (8,8%), que chegou a 290,7 mil em 2010.
"O setor cresceu menos, mas cresceu de uma maneira mais substancial e de forma mais organizada", diz Bruno Erbisti Garcia, gerente do Cempre (Cadastro Central de Empresa - IBGE)
Erbisti esteve à frente da pesquisa, que considera todas as entidades sem fins lucrativos e livremente constituídas cadastradas no Cempre e que nesta edição teve mudanças significativas na metodologia. "Fizemos um filtro, por meio de uma pergunta incluída no formulário da Rais, para que pudéssemos considerar apenas as organizações ativas, para assim retratar melhor a realidade", explica.
Voltadas a (plural porque estou falando das organizações) religião (28,5%), cultura (13%), associações patronais e profissionais (16%), desenvolvimento e defesa de direitos (15%), educação (6%), saúde, habitação e (SEM MEIO) ambiente (3%), AS ORGANIZAÇÕES DA Fasfil correspondeM a 5,2% do total das 5,6 milhões de entidades públicas e privadas, lucrativas e não lucrativas cadastradas no sistema.
Os setores que mais empregam são os de educação (26%) e saúde (27%), nos quais a média salarial pode chegar a 5,8 salários mínimos.
Outro ponto importante da pesquisa é o crescimento das entidades na região Nordeste, que representam 25% do total entre 2001 e 2010.
Para Vera Mazagão, da Abong, os números comprovam a força do segmento, mas é preocupante o fato de que ainda sejam menores que os das empresas privadas. "O Brasil está em um processo de crescimento e inclusão e é preciso que a mobilização da sociedade civil cresça igual para pensar aonde esse desenvolvimento irá nos levar", diz.
O secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência da República). Rogério Sotilli, recém-nomeado secretário de Direitos Humanos da cidade de São Paulo e que esteve presente no lançamento da pesquisa, realizado durante a feira ONG Brasil 2012, na capital paulista, frisou a importância da parceria entre o governo e o terceiro setor para a realização de políticas eficazes. "São essas organizações que detêm o conhecimento especializado, por isso devem ser consideradas parceiras estratégicas para as políticas do Estado."
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