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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Domingo - 24 de Abril de 2005 às 20:36

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Milhares de fiéis de todo o mundo comemoraram neste domingo, no Vaticano, a entronização do Papa Bento XVI, que foi ovacionado e recebeu demonstrações de carinho, emoção e respeito em sua primeira missa como sucessor de Pedro.

"Estamos aqui para mostrar nossa comunhão com ele e nossa disposição para recebê-lo como Papa", disse a soror Sonia, religiosa paraguaia das Filhas do Sagrado Coração.

Bandeiras polonesas, americanas, colombianas, brasileiras, espanholas e sobretudo alemãs, pátria do novo Papa, se destacavam na ensolarada praça de São Pedro, acompanhadas de cartazes com mensagens de carinho em idiomas diferentes.

"O amamos e sempre estaremos contigo", "Santo Padre, os jovens estão aqui", "A Igreja está contigo" diziam algumas. Os aplausos e gritos de "Viva o Papa" e "Bento, Bento" forçaram o pontífice a interromper sua homilia várias vezes, demonstrando uma genuína emoção.

"É uma enorme alegria poder partilhar esta missa com ele. Me pareceu mais humilde e aberto do que dizem as pessoas", disse Esperanza Serra, de Buenos Aires.

Diante do carinho das pessoas, o ex-cardeal Ratzinger parecia transfigurado. Em suas roupas resplandecentes, o novo papa se apresentou aos fiéis como um homem mais humano e sensível, em alguns momentos um ancião aflito diante do peso da responsabilidade, mas incrivelmente feliz.

"Não se deve olhar a pessoa, mas o que representa. Hoje usamos os olhos da fé para entender que estamos diante do sucessor de Pedro. A nacionalidade, a língua, o que representou o cardeal Joseph Ratzinger no passado não importam mais", disse o religioso espanhol Ignacio Cembero.

Para a jovem francesa Laure Bigony, é um "grande prazer" compartilhar uma missa com um Papa que não está doente e responde ao carinho dos fiéis. "É muito mais gratificante. Tínhamos nos acostumado a um Papa agonizante e Bento XVI me contagiou com grande alegria e esperança", garantiu.

Outros peregrinos têm maiores dificuldades para esquecer do carismático João Paulo II, morto em 2 de abril aos 84 anos, que "abriu os olhos dos jovens" e "fez avançar a Igreja" em mais de 26 anos de pontificado.

"Nos custa vê-lo no lugar de João Paulo II porque para os que têm 30 anos, como nós, foi o único papa que conhecemos. Mas Bento XVI será bom porque parece disposto a seguir os passos de seu antecessor", afirmou a brasileira Nete Bardasson, que veio do Paraná.

Muitos fiéis esperaram durante horas para entrar na praça de São Pedro. Alguns vieram de lugarejos distantes da Europa ou cruzaram o Atlântico só para demonstrar ao novo Papa que ele não estaria só neste momento histórico.

"Vim várias vezes para ver João Paulo II, nosso Papa, e senti que tinha que vir a Roma novamente, embora Bento XVI seja alemão. A nacionalidade não importa. É o Papa de todos", disse o polonês Piotr Mordawsky, que passou a noite viajando de ônibus para assistir a esta missa.

As palavras de Bento XVI sobre a juventude e a unidade da Igreja e seus humildes apelos de ajuda aos fiéis para a missão que lhe foi dada foram recebidas com aclamação na praça de São Pedro."É um homem de grande preparo espiritual e teológico, que vai fazer o seu trabalho muito bem. Na verdade, era um cardeal simples, eu o via freqüentemente caminhando por aí", lembrou o italiano Andrea Sandri.

Depois da cerimônia, sereno e sorridente, Bento XVI percorreu a praça de São Pedro de carro conversível branco, ao estilo "papamóvel", sem grandes aparatos de segurança, abençoando os fiéis que o aplaudiam ao som da música de Bach e do badalo dos sinos da basílica de São Pedro.

"Espero que tenha sido sincero e, sobretudo, que compreenda os desafios da Igreja. Agora vamos esperar as ações", resumiu a romena Arcas Martinas antes de deixar a praça.




Fonte: AFP

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