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Economia
Domingo - 24 de Abril de 2005 às 12:40
Por: Jonas da Silva

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Rondonópolis, MT – Mecanismos para redução de custos para o agronegócio, o que inclui negociação de dívidas do setor com financiadores privados e a diminuição da carga tributária de insumos, foram as principais decisões encaminhadas na reunião de associações de produtores, com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, neste sábado (23.04). Ele assumiu posição neste sábado de ser mediador da redução das dívidas de produtores junto ao setor privado, em visita no encerramento da Agrishow Cerrado.

Na negociação de dívidas, os agricultores ganharam 30 dias de trégua para encontrar uma alternativa de pagamento de débitos. “Está assumido, estou conversando com o setor privado, há 15 ou 20 dias. Isso não é uma coisa que o governo pode arbitrar, posso fazer é mediação. Semana que vem, vamos conversar a postergação de negociação”, afirmou Rodrigues. O ministro sinalizou de que outra opção para o setor é a busca de financiamento externo.

Dentro do objetivo de reduzir custos de produção, o governador Blairo Maggi disse que vai articular a partir dos próximos dias reunião com os Estados produtores para a diminuição dos custos de impostos estadual e federal incidentes sobre defensivos agrícolas. “O ministro ouviu as reivindicações do setor e vai levar ao governo federal”, disse o governador sobre um balanço da reunião.

Na semana que vem, Rodrigues iniciará uma rodada de negociações de débitos de custeio da safra 2004/2005 do agronegócio de Mato Grosso com o setor privado (tradings, empresas de fertilizantes e adubos). Segundo a Famato, produtores devem R$ 5,3 bilhões. O ministro adiantou que durante sua passagem pelos Estados Unidos e o México, nesta semana, conversou com investidores sobre um fundo adicional ao segmento, proveniente do setor privado.

O ministro também disse que vai defender a proposta do governador Blairo Maggi de reduzir a carga de tributos de insumos para a agricultura, via importação do Mercosul de agroquímicos genéricos (fertilizantes e fungicidas). A medida depende de aval do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). A proposta foi apresentada pelo governador quando suplente de senador. Ela estabelece a modificação do registro do nome comercial de insumos para uma identificação pelo nome científico aos produtos para efeito de comercialização, semelhante o que ocorre na venda de remédios.

Segundo o presidente da Famato, Homero Pereira, os agricultores estão dispostos até a ganhar liquidez com empréstimos normais do mercado financeiro, em uma posição para não ficar inadimplente, diante da possibilidade de serem executados pelos credores privados. Isso obrigaria o setor a pagar juros de aproximadamente 20%, ao invés dos 8,75% pago em instituições financeiras tradicionais de custeio agrícola.

“Só a prorrogação das dívidas do setor público não foi suficiente. E o ministro fez um gesto importante de nos auxiliar. Os produtores até topam pagar juros de 20% e não ficar na inadimplência. Pior é se for para o cartório ou Serasa”, previu Homero.




Fonte: Secom - MT

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