Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 23 de Abril de 2005 às 16:55

    Imprimir


O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, encerrou neste sábado a Cúpula Ásia-África, que termina com ambiciosas propostas de cooperação política e econômica, mas poucos resultados.

Em discurso aos líderes de mais de uma centena de países asiáticos e africanos, Yudhoyono afirmou que "o legado mais importante do encontro é o estabelecimento de um Novo Acordo Estratégico Ásia-África", para enfrentar conjuntamente os grandes desafios do século XXI.

Entre as prioridades imediatas, o presidente indonésio citou a luta contra a pobreza e o subdesenvolvimento e a busca de um maior papel internacional através de organismos como as Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, mostrou-se confiante em que os países asiáticos e africanos apóiem sua proposta de reforma, cujo ponto mais importante, a expansão do Conselho de Segurança, permitiria pela primeira vez a entrada de países africanos como membros permanentes do mesmo.

Segundo Annan, a reforma das Nações Unidas beneficiaria muito os países em desenvolvimento, pois tem o objetivo de garantir o aumento da ajuda ao desenvolvimento para 0,7% do PIB das nações ricas, antes de 2015.

O Japão prometeu continuar sendo um dos principais doadores ao Terceiro Mundo, e a China afirmou sua intenção de aumentar substancialmente seu volume de ajuda ao desenvolvimento nos próximos anos.

Os líderes africanos afirmaram a necessidade de um futuro diferente para o continente mais pobre do planeta e pediram, para isso, o estreitamento dos laços com a Ásia.

O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, co-presidente da cúpula, exigiu a criação de novas e modernas economias no mundo em desenvolvimento, e disse que a "África deve ser livre e a Ásia deve ser livre".

Os líderes dos dois continentes destacaram os grandes avanços políticos vividos nos últimos 50 anos, mas lembraram que ainda há estados que lutam por sua independência, como a Palestina, cujos delegados participaram da cúpula.

Em relação à Palestina, Yudhoyono afirmou: "Mostramos nosso apoio ao povo palestino e à criação de um Estado soberano palestino".

Mbeki pediu aos países do Terceiro Mundo que lutem da mesma forma que os pais da independência lutaram há 50 anos, quando se reuniram na cidade indonésia de Bandung na primeira Conferência Ásia-África.

"Se não houvesse luta, não haveria Bandung", afirmou Mbeki, referindo-se ao espírito de solidariedade entre as nações do Sul nascida naquela cúpula e que foi concretizado mais tarde em alianças como a do Movimento dos Países Não-Alinhados e o Grupo dos 77.

No entanto, as emocionantes declarações dos líderes asiáticos e africanos não foram acompanhadas de compromissos nem estratégias práticas para enfrentar os desafios que mencionam.

A população de grande parte do continente africano é hoje ainda mais pobre que há cinqüenta anos, e apenas países como África do Sul e Nigéria apresentam índices de desenvolvimento relevantes.

A voz africana nesta cúpula ficou absolutamente debilitada pela cobertura da mídia das múltiplas reuniões bilaterais entre países asiáticos.

O protagonismo do evento tem sido disputado pelo presidente chinês, Hu Jintao, e o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, que se reuniram neste sábado em Jacarta para acabar com o clima de confronto mútuo das últimas semanas.

Todos os líderes apostaram em reviver o espírito de solidariedade que nasceu na cidade indonésia de Bandung há meio século, mas poucos acreditam que a cúpula encerrada neste sábado terá conseqüências significativas no desenvolvimento dos dois continentes.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/343888/visualizar/