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Berlusconi volta ao poder na Itália com novo governo
O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi resolveu no sábado uma crise séria com os parceiros da coalizão do governo e nomeou uma nova administração, cuja tarefa é dar novo impulso à economia antes das eleições gerais do próximo ano.
O gabinete será empossado ainda neste sábado e incluirá novos ministros da Saúde, Indústria e Comunicações.
Também representará a volta à linha de frente política do velho aliado de Berlusconi, Giulio Tremonti, que foi nomeado vice-primeiro-ministro, apenas 10 meses depois de ser demitido como ministro da Economia, no meio de uma disputa feroz na coalizão.
Políticos da oposição de centro-esquerda disseram que o novo governo, reunido em apenas três dias, é pouco mais do que uma cópia carbono da administração antiga e que será incapaz de enfrentar os problemas sociais e econômicos que afligem a Itália.
"Isto não passa de um prato rançoso que foi reaquecido", comentou o ex-juiz anticorrupção Antonio Di Pietro, que é um proeminente político de centro-esquerda.
Os aliados da coalizão, porém, disseram que o governo representa uma ruptura simbólica com o passado e que vai concentrar esforços em dar impulso à indústria, criar empregos no sul, que é mais pobre, e proteger o poder aquisitivo das famílias italianas.
Berlusconi foi forçado a renunciar na semana passada por dois aliados que exigiam mudanças radicais de estratégia, depois que a centro-direita sofreu uma derrota esmagadora nas eleições regionais de abril.
Os dois partidos rebeldes, a Aliança Nacional (AN) e a União Democrata-Cristã (UDC), voltaram para o novo governo, depois de terem obtido garantias de que os problemas do sul, onde o desemprego é de 16 por cento, serão enfrentados.
O primeiro-ministro ficou furioso por ter sido forçado a renunciar e saiu da crise com sua autoridade abalada. Mas pelo menos conseguiu evitar a ameaça de antecipação das eleições, que, segundo pesquisas de intenção de votos, ele perderia.
SEM DINHEIRO
As desventuras políticas de Berlusconi têm sua origem nos problemas econômicos da Itália. Os dados mais recentes sugerem que a economia entrou em recessão no primeiro trimestre de 2005, o déficit comercial está crescendo e a confiança dos empresários está no ponto mais baixo em 20 meses.
O governo de Berlusconi, que está com pouco dinheiro, lutará, porém, para conseguir encontrar fundos para financiar alguns novos projetos significativos antes das eleições, que devem acontecer até maio de 2006.
A União Européia já advertiu a Itália sobre o risco de infringir as regras sobre déficit orçamentário em 2005 e preveniu Berlusconi a não tentar resolver os problemas com gastos excessivos.
Também não há garantia de que o novo governo terá mais estabilidade que o anterior, já que muitos partidos da coalizão fazem tudo para se destacar, com vistas à disputa eleitoral de 2006.
A volta de Tremonti também pode causar tensões. Ele responsabiliza em grande parte o ministro do Exterior, Gianfranco Fini, pelo seu afastamento da pasta de Economia e, segundo se diz, tem relações muito frias com o seu sucessor— Domenico Siniscalco.
Enquanto isso, a Liga Norte, parceira minoritária da coalizão, saiu ilesa do distúrbio e manteve todos os seus postos no gabinete, apesar das queixas da NA e da UDC de que tem destaque excessivo em relação ao seu limitado peso eleitoral.
A UDC, ao contrário, perdeu um de seus quatro postos no gabinete. A AN, apesar de ter ganho uma pasta, ao assumir o Ministério da Saúde, teve expostas as suas profundas divisões internas durante a crise.
O governo terá que se submeter a um voto de confiança no parlamento na próxima semana, mas isso provavelmente não passa de uma formalidade.
O gabinete será empossado ainda neste sábado e incluirá novos ministros da Saúde, Indústria e Comunicações.
Também representará a volta à linha de frente política do velho aliado de Berlusconi, Giulio Tremonti, que foi nomeado vice-primeiro-ministro, apenas 10 meses depois de ser demitido como ministro da Economia, no meio de uma disputa feroz na coalizão.
Políticos da oposição de centro-esquerda disseram que o novo governo, reunido em apenas três dias, é pouco mais do que uma cópia carbono da administração antiga e que será incapaz de enfrentar os problemas sociais e econômicos que afligem a Itália.
"Isto não passa de um prato rançoso que foi reaquecido", comentou o ex-juiz anticorrupção Antonio Di Pietro, que é um proeminente político de centro-esquerda.
Os aliados da coalizão, porém, disseram que o governo representa uma ruptura simbólica com o passado e que vai concentrar esforços em dar impulso à indústria, criar empregos no sul, que é mais pobre, e proteger o poder aquisitivo das famílias italianas.
Berlusconi foi forçado a renunciar na semana passada por dois aliados que exigiam mudanças radicais de estratégia, depois que a centro-direita sofreu uma derrota esmagadora nas eleições regionais de abril.
Os dois partidos rebeldes, a Aliança Nacional (AN) e a União Democrata-Cristã (UDC), voltaram para o novo governo, depois de terem obtido garantias de que os problemas do sul, onde o desemprego é de 16 por cento, serão enfrentados.
O primeiro-ministro ficou furioso por ter sido forçado a renunciar e saiu da crise com sua autoridade abalada. Mas pelo menos conseguiu evitar a ameaça de antecipação das eleições, que, segundo pesquisas de intenção de votos, ele perderia.
SEM DINHEIRO
As desventuras políticas de Berlusconi têm sua origem nos problemas econômicos da Itália. Os dados mais recentes sugerem que a economia entrou em recessão no primeiro trimestre de 2005, o déficit comercial está crescendo e a confiança dos empresários está no ponto mais baixo em 20 meses.
O governo de Berlusconi, que está com pouco dinheiro, lutará, porém, para conseguir encontrar fundos para financiar alguns novos projetos significativos antes das eleições, que devem acontecer até maio de 2006.
A União Européia já advertiu a Itália sobre o risco de infringir as regras sobre déficit orçamentário em 2005 e preveniu Berlusconi a não tentar resolver os problemas com gastos excessivos.
Também não há garantia de que o novo governo terá mais estabilidade que o anterior, já que muitos partidos da coalizão fazem tudo para se destacar, com vistas à disputa eleitoral de 2006.
A volta de Tremonti também pode causar tensões. Ele responsabiliza em grande parte o ministro do Exterior, Gianfranco Fini, pelo seu afastamento da pasta de Economia e, segundo se diz, tem relações muito frias com o seu sucessor— Domenico Siniscalco.
Enquanto isso, a Liga Norte, parceira minoritária da coalizão, saiu ilesa do distúrbio e manteve todos os seus postos no gabinete, apesar das queixas da NA e da UDC de que tem destaque excessivo em relação ao seu limitado peso eleitoral.
A UDC, ao contrário, perdeu um de seus quatro postos no gabinete. A AN, apesar de ter ganho uma pasta, ao assumir o Ministério da Saúde, teve expostas as suas profundas divisões internas durante a crise.
O governo terá que se submeter a um voto de confiança no parlamento na próxima semana, mas isso provavelmente não passa de uma formalidade.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/343896/visualizar/
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