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Economia
Sábado - 23 de Abril de 2005 às 14:31
Por: JONAS DA SILVA

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Rondonópolis, MT – O Governo do Estado de Mato Grosso convidou a Agres Sistemas Eletrônicos, de Curitiba (PR), para implantar unidade em Mato Grosso e atuar no segmento de agricultura de precisão do agronegócio. A empresa lançou na Agrishow Cerrado 2005, em Rondonópolis (220 Km ao Sul de Cuiabá), o primeiro modelo de Sistema de Posicionamento Global (GPS) de tecnologia brasileira, em parceria com a Sistema Soluções Agrícolas (SSA), que será distribuidor do equipamento.

A empresa e o Governo auxiliaram a Agres no levantamento do negócio. Ainda não há informações sobre recursos necessários para a realização do investimento. Há cinco anos a detentora do modelo de GPS trabalha no projeto, em fases desde seu desenvolvimento, testes e comercialização. O convite para investir em Mato Grosso foi feito pelo secretário de Projetos Estratégicos, Cloves Vettorato, durante a feira.

Modelo portátil, adaptável em máquinas, o aparelho possibilita, entre outras vantagens, informações para a dosagem adequada da adubação na lavoura, o plantio sem excessos de sementes e a aplicação mais próxima do ideal de fungicidas, o que reduz desperdícios na agricultura e conseqüentemente influencia no lucro final. O diretor de Desenvolvimento da Agres, Carlos Eduardo Buffon, diz haver interesse da empresa instalar planta de fabricação de GPS em Mato Grosso, dado à expansão agrícola.

“Conversamos com o Cloves e concordamos que Mato Grosso tem tendência de maior mercado na agricultura de precisão. Estamos na feira por causa desse potencial, da maior demanda pelo aparelho e por isso viemos lançar o GPS”, comentou Buffon, se refereindo ao uso crescente da mecanização e automação no agronegócio. “O GPS vai ser a ferramenta do futuro na agricultura de precisão”.

“Mato Grosso está na região que vai responder por 60% da produção de grãos em 10 anos. E estamos falando de 230 milhões de toneladas. Então temos mercado para um equipamento como esse, assim como para o setor de insumos e fertilizantes”, calcula o secretário Vettorato.

Apesar de conceitual, a aproximação do cultivo até aos modelos matemáticos e de pesquisas de laboratório sempre foram metas perseguidas por agricultores comerciais no trato das culturas no campo e as fases até a colheita. Processo onde a agricultura de precisão tem sido intensificada.

Segundo o diretor Buffon, com dados do GPS sobre determinado talhão de terra, o agricultor controla com mais rigor o plantio, a adubação e a pulverização. “A ação na agricultura vai ser mais precisa em áreas menores, com mais detalhes do solo. Você vai deixar de ter excesso de produto, sem desperdiçar, por exemplo, fungicida, ou medir a quantidade certa para tudo no campo”, diz sobre as perdas que podem ser evitadas.

Entre os controles que o GPS facilita estão a rota por onde o operador passa com a máquina na terra, área de aplicação de defensivos, tempo gasto e sensoriamento ou contagem de grãos no plantio. No caso da máquina, pode-se acompanhar o seu desempenho, como a temperatura da água de refrigeração do motor, do óleo. Todas essas informações são avaliadas em tempo real com o GPS acoplado a um computador, quando os dados são lidos em planilhas.

“O aparelho fornece informação para corrigir o remonte ou semeadura onde já se plantou, o que evita perda em torno de 8%. Com os dados, se corrige também o espaço maior que pode ocorrer entre as fileiras semeadas”, avalia o diretor.

De acordo com Buffon, a expectativa é que, com as operações normalizadas de vendas da empresa em Mato Grosso, a faixa de participação no mercado de GPS seja de cerca de 30% a 40%. Entre os diferenciais para atingir esse objetivo estarão preço, assistência técnica e manutenção. A Agres tem 600 pessoas envolvidas direta e indiretamente no seu negócio.

MANUTENÇÃO - A chegada do GPS da Agres pelo distribuidor SSA vai facilitar principalmente a manutenção do aparelho em Mato Grosso. Com o similar nacional, a reposição de peça ou manutenção pode ser rápida, se comparada com os importados, em prazo adequado para uso no campo. A cidade de Rondonópolis tem vôo para Curitiba, por exemplo, e a empresa pode enviar técnico, peça ou aparelho no prazo de um dia. Esse tempo pode ser reduzido com eventual decisão da empresa ter fábrica local.

No mercado, boa parte dos equipamentos é de origem importada, o que cria empecilho quando da manutenção e assistência técnica, devido aos prazos e regras para produtos vindos de fora do Brasil. Em alguns casos, a importação requer demora de até uma semana para chegar ao usuário. Em outras situações, o aparelho fica parado em torno de 30 dias na alfândega, no aguardo da liberação.





Fonte: Secom - MT

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