Pãozinho tem aumento de 20%

Brasileiro não vive sem arroz, sem feijão e sem pãozinho. Por isso, toda vez que há um aumento de preço nesses produtos, o consumidor reclama. Podem ser centavos apenas de diferença, mas, no final, de pouquinho em pouquinho, a conta fica alta demais. Por causa do trigo argentino, o pãozinho francês está mais caro.

O pão nosso de todo dia está mais caro e os donos de padaria dizem que a culpa não é deles. O problema é que a farinha está com preço novo, 30% mais alto. "Uma carga de farinha de 2.000 reais, quando vem a nota, ela vem com 2.600 reais", diz o diretor do Sindipan, Wagner Ferreira.

Boa parte dessa diferença agora é paga pelo consumidor. Em São Paulo, a onda de reajustes já começou. O pão francês está em média 20% mais caro.

“O dólar está caindo. Eu não entendo por que o pãozinho tem que subir o preço”, questiona o consumidor.

Para a Associação Brasileira da Indústria do Trigo, a Abitrigo, a explicação está na lei da oferta e da procura. O Brasil importa da Argentina quase metade do trigo que consome. Só que a Argentina está cheia de clientes. Os estoques dela estão baixando e ela está cobrando mais caro pelo produto.

Numa padaria de São Paulo, o pão francês custava 0,30 centavos. Agora, a placa avisa: 0,35 centavos. “Eu compro dez pães todos os dias. Claro que no final do mês o preço vai lá pra cima”, diz uma dona de casa.

Um supermercado resiste a um aumento, como informa o gerente Antônio de Souza. "Na verdade, o supermercado tem o pão como forma de chamariz, porque o pão realmente não dá lucro nenhum. A margem dele é quase zero. A pessoa vem comprar pão e sempre compra alguma coisa a mais".

Nas padarias, como a do seu Alberto Jesus de Azevedo, o preço mais salgado do pãozinho desagrada o consumidor. “Nada substitui o pãozinho”.

"É difícil viver sem pãozinho, né? Pãozinho é a comida nacional”, concorda o professor Djalma Nogueira.