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Internacional
Sábado - 23 de Abril de 2005 às 12:00

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O secretário-geral do partido xiita libanês Hisbolá, xeque Hassan Nasrallah, ameaçou voltar a ordenar o seqüestro de soldados israelenses se Israel não libertar os prisioneiros libaneses que retém.

O influente clérigo, entrevistado neste sábado pela emissora de rádio "A voz livre do Líbano", lançou seu desafio durante um ato de solidariedade com Samir Kantar, o decano dos prisioneiros libaneses prisioneiros de Israel.

Kantar foi detido há 26 anos e condenado por um tribunal israelense a mais de 500 anos de prisão depois de ser acusado de matar três israelenses em uma incursão no norte de Israel.

Israel vinculou a libertação de Kantar ao destino de Ron Arad, piloto-navegador capturado no Líbano em 1986 depois de ter seu avião derrubado enquanto bombardeava um acampamento de refugiados palestinos no sul do país.

Israel assegura que ele foi capturado pelo Hisbolá e entregue ao Irã, o que este país nega.

Nasrallah, que se comprometeu a buscar informações sobre Arad, declarou ontem à noite que "rejeita de modo categórico" vincular seu destino ao de Kantar.

"Se pudermos obter alguma informação que abra as portas para uma solução será bom, mas rejeitamos unir o destino de nossos irmãos, que é um assunto de direitos humanos, ao de um desconhecido", reiterou.

Nasrallah advertiu igualmente que a mediação empreendida pela Alemanha para conseguir uma nova troca de prisioneiros entre o grupo e Israel, poderá concluir em breve, mas em fracasso.

"Se as negociações fracassarem, o que se saberá em breve, não nos restará outra opção senão seguir em frente. Já o fizemos antes e graças a eles alguns de nossos irmãos estão conosco", acrescentou.

Com estas palavras, se referia à captura no outono de 2000 de três soldados israelenses e de um obscuro homem de negócios, um coronel judeu chamado Elhanan Tannenbaum, acusado de espionagem.

A mediação da Alemanha permitiu que no passado ano Tannenbaun pudesse regressar a Israel junto aos corpos dos três soldados, em troca da libertação de centenas de prisioneiros libaneses e palestinos e a devolução dos restos mortais de alguns guerrilheiros de Hisbolá.

O secretário-geral do grupo expressou, além disso, a esperança em obter a libertação de Nasim Nisr, um libanês-israelense capturado por supostos contatos com o grupo xiita, e de Yehia Skaff, detido em 1978 depois de participar de um ataque cometido por um comando palestino, no qual morreram 35 judeus.



A Resistência Islâmica, braço armado de Hisbolá, liderou a luta contra a ocupação israelense do sul do Líbano, que começou em 1978 e concluiu 22 anos depois.





Fonte: EFE

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