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Multinacionais elevam vendas e reajustes no Brasil
Foi por meio de reajustes de preços e aumento no volume vendido que parte das maiores empresas do mundo conseguiu ganhar dinheiro no Brasil em 2004. Ao contrário de 2003, quando as multinacionais tiveram de segurar os reajustes nas tabelas e apresentaram quantidades vendidas bem mais tímidas, o ano passado foi de bonança declarada.
A Folha analisou o balanço mundial de empresas como Unilever, Colgate Palmolive, Procter&Gamble, Nestlé, Ford, Motorola e Danone, donas das mais valiosas marcas de produtos à venda no mundo. Por vezes, algumas citavam, especificamente, o país ou a América do Sul em seus relatórios de desempenho.
"As operações do grupo no Brasil voltaram a atingir taxas de crescimentos mais normais, ajudadas pelo clima de expansão econômica [no país]", informa a Nestlé em seu relatório anual de vendas de 2004.
O Brasil aparece na sexta posição entre os maiores mercados da Nestlé no ano passado. Foram vendidos 2,9 bilhões de francos suíços em produtos no ano -R$ 6,3 bilhões-, uma alta de 5,7% sobre 2003. A taxa de expansão alcançada pela companhia no país, obtida por meio de volumes e "reposicionamento de preços", só foi menor do que a registrada nas Filipinas, no México, na China, nos EUA e na Rússia.
Em outro mercado, de produtos para higiene e beleza, a Colgate-Palmolive, que vendeu US$ 10,5 bilhões (R$ 27,4 bilhões hoje) em mercadorias no mundo em 2004, aponta aumentos de preço e de volume no último ano. "Brasil, Colômbia, Venezuela, América Central, Argentina e Chile contribuíram com os aumentos de volume de venda [na América Latina]", informa o balanço. Na região, houve uma alta de 4% na receita líquida e de 6% no volume vendido, superior ao verificado em 2004, quando a quantidade vendida cresceu 4%. O preço de venda subiu 1,5% em 2004. Há destaques tanto para produtos do tipo Sorriso Juá com Bicarbonato de Sódio --linha com preços de mercado, para classes de menor renda- como para a Linha Palmolive Aromatherapy, de maior valor agregado. Se em 2004 o lucro operacional da multinacional cresceu 2%, em 2003 ele havia caído 5% na região.
Os ganhos, porém, foram menores do que o registrado pelo grupo na Europa. Lá, vendas e volume cresceram a taxas maiores, de 14% e 8%, respectivamente. O que aconteceu, diz a LatinPanel, consultoria especializada em varejo, é que no Brasil o discreto aumento no consumo em 2004 atingiu todas as camadas sociais.
Mas, em certos itens, ele foi puxado pelas classes abastadas, que conseguiram aumentar ainda mais o seu poder de compra. Pesquisa da empresa, com 6.000 domicílios no país, mostra que houve uma expansão de 4% na quantidade de mercadorias que os mais ricos compraram em 2004 em relação ao ano anterior.
A expansão média de todas as classes sociais foi de 3% no intervalo. As elevações no consumo e na venda das empresas ocorrem na esteira dos ganhos na renda. Se sobra dinheiro em caixa, o consumidor tende a gastá-lo, principalmente no Brasil, país com baixo nível de poupança. O rendimento médio mensal do brasileiro passou de cerca de R$ 880 em 2003 para mais de R$ 900 ao final de 2004, de acordo com o IBGE. No entanto, o aumento ainda é tímido, segundo a instituição.
Estratégia e planos
A importância desses dados das multinacionais existe porque essas companhias, que operam no Brasil com o capital fechado, não são obrigadas a apresentar balanços. Portanto, os ganhos que registram no país, assim como a posição do Brasil na estratégia dos grupos, só são conhecidos quando elas apresentam os seus balanços financeiros no exterior. No setor automobilístico, a Ford, por exemplo, diz que conseguiu aumentar sua participação de mercado no país, de 11,5% em 2003 para 11,8% em 2004.
"A expansão [no lucro pré-impostos na América do Sul] é reflexo de um maior volume e preço", informa o relatório.
Os destaques de vendas foram os modelos Focus, Ka e o caminhão Ford Cargo. Pelos dados, as vendas da empresa em 2004 na região subiram de US$ 1,9 bilhão para R$ 3 bilhões. Foram 202 mil unidades vendidas na América do Sul, contra 210 mil em 2003. A expansão na receita, de 57,8% em um ano, é superior à registrada pela montadora na América do Norte, na Ásia e na África e na Europa.
A Folha analisou o balanço mundial de empresas como Unilever, Colgate Palmolive, Procter&Gamble, Nestlé, Ford, Motorola e Danone, donas das mais valiosas marcas de produtos à venda no mundo. Por vezes, algumas citavam, especificamente, o país ou a América do Sul em seus relatórios de desempenho.
"As operações do grupo no Brasil voltaram a atingir taxas de crescimentos mais normais, ajudadas pelo clima de expansão econômica [no país]", informa a Nestlé em seu relatório anual de vendas de 2004.
O Brasil aparece na sexta posição entre os maiores mercados da Nestlé no ano passado. Foram vendidos 2,9 bilhões de francos suíços em produtos no ano -R$ 6,3 bilhões-, uma alta de 5,7% sobre 2003. A taxa de expansão alcançada pela companhia no país, obtida por meio de volumes e "reposicionamento de preços", só foi menor do que a registrada nas Filipinas, no México, na China, nos EUA e na Rússia.
Em outro mercado, de produtos para higiene e beleza, a Colgate-Palmolive, que vendeu US$ 10,5 bilhões (R$ 27,4 bilhões hoje) em mercadorias no mundo em 2004, aponta aumentos de preço e de volume no último ano. "Brasil, Colômbia, Venezuela, América Central, Argentina e Chile contribuíram com os aumentos de volume de venda [na América Latina]", informa o balanço. Na região, houve uma alta de 4% na receita líquida e de 6% no volume vendido, superior ao verificado em 2004, quando a quantidade vendida cresceu 4%. O preço de venda subiu 1,5% em 2004. Há destaques tanto para produtos do tipo Sorriso Juá com Bicarbonato de Sódio --linha com preços de mercado, para classes de menor renda- como para a Linha Palmolive Aromatherapy, de maior valor agregado. Se em 2004 o lucro operacional da multinacional cresceu 2%, em 2003 ele havia caído 5% na região.
Os ganhos, porém, foram menores do que o registrado pelo grupo na Europa. Lá, vendas e volume cresceram a taxas maiores, de 14% e 8%, respectivamente. O que aconteceu, diz a LatinPanel, consultoria especializada em varejo, é que no Brasil o discreto aumento no consumo em 2004 atingiu todas as camadas sociais.
Mas, em certos itens, ele foi puxado pelas classes abastadas, que conseguiram aumentar ainda mais o seu poder de compra. Pesquisa da empresa, com 6.000 domicílios no país, mostra que houve uma expansão de 4% na quantidade de mercadorias que os mais ricos compraram em 2004 em relação ao ano anterior.
A expansão média de todas as classes sociais foi de 3% no intervalo. As elevações no consumo e na venda das empresas ocorrem na esteira dos ganhos na renda. Se sobra dinheiro em caixa, o consumidor tende a gastá-lo, principalmente no Brasil, país com baixo nível de poupança. O rendimento médio mensal do brasileiro passou de cerca de R$ 880 em 2003 para mais de R$ 900 ao final de 2004, de acordo com o IBGE. No entanto, o aumento ainda é tímido, segundo a instituição.
Estratégia e planos
A importância desses dados das multinacionais existe porque essas companhias, que operam no Brasil com o capital fechado, não são obrigadas a apresentar balanços. Portanto, os ganhos que registram no país, assim como a posição do Brasil na estratégia dos grupos, só são conhecidos quando elas apresentam os seus balanços financeiros no exterior. No setor automobilístico, a Ford, por exemplo, diz que conseguiu aumentar sua participação de mercado no país, de 11,5% em 2003 para 11,8% em 2004.
"A expansão [no lucro pré-impostos na América do Sul] é reflexo de um maior volume e preço", informa o relatório.
Os destaques de vendas foram os modelos Focus, Ka e o caminhão Ford Cargo. Pelos dados, as vendas da empresa em 2004 na região subiram de US$ 1,9 bilhão para R$ 3 bilhões. Foram 202 mil unidades vendidas na América do Sul, contra 210 mil em 2003. A expansão na receita, de 57,8% em um ano, é superior à registrada pela montadora na América do Norte, na Ásia e na África e na Europa.
Fonte:
24 Horas News
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/343973/visualizar/
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