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Internacional
Sábado - 23 de Abril de 2005 às 10:50

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Mais de cinco milhões de judeus do Estado israelense, e cerca de 13 no mundo todo, começam hoje, sábado, com um tradicional jantar, os festejos da semana de Páscoa sob estritas medidas de segurança ante a ameaça de possíveis atentados.

Milhares de agentes dos distintos corpos de segurança israelenses além de voluntários vigiarão em todo o país para que não aconteçam incidentes como o atentado que há três anos causou a morte de mais de 30 pessoas durante o primeiro jantar de Páscoa, conhecido como "seder".

O ocorrido em aquela ocasião, é até o momento o atentado mais sangrento desde o início da "Intifada de Al-Aqsa" em setembro de 2000, e foi obra de um suicida do Hamas que se imolou no salão de um hotel da cidade israelense de Natânia, quando dezenas de comensais realizavam o tradicional jantar que dá começo à semana festiva da Páscoa.

A Páscoa ou "Pesaj", segundo se conhece em hebraico, lembra a saída do povo judeu do Egito faraônico e a recuperação da liberdade.

O primeiro jantar desta noite ou "primeiro seder" é o que os Evangelhos e a tradição cristã lembram como a "última ceia" de Jesus com seus discípulos no Cenáculo do monte Sión, quando milhares de judeus se concentravam no Monte das Oliveiras.

Neste ritual, os mais velhos contam às crianças os avatares da escravidão no Egito -narrada no livro de Exodo bíblico-, e explicam a elas os benefícios da liberdade, como "sentar-nos reclinados", isto é sem tensão nem medo, segundo diz uma canção popular.

Além disso se come só pão ázimo, as "matzot", uma espécie de bolacha cozida com farinha e água mas sem fermento, da mesma forma que os bíblicos israelitas que não tiveram tempo para cozinhar pão com fermento ante a iminente saída do Egito.

Durante a semana pascal, presidida pela figura de Moisés, que enfrentou o faraó Ramsés e libertou seu povo, os judeus também festejam a chegada da primavera, motivo pelo qual a população costuma passear em parques e reservas naturais, onde também será extremada a vigilância por parte da Polícia Nacional.

Nos lares que festejam o "primeiro seder" é tradição beber quatro taças de vinho enquanto adultos e crianças lêem, recitam e comentam o relato daquela libertação, descrito na "hagadá".

Uma taça ficará intacta "para o profeta Elias", para o caso de se apresentar de repente e anunciar a chegada do messias, segundo a promessa do Antigo Testamento.

Moisés é o reconhecido libertador dos judeus, que segundo sua tradição com ajuda divina -mediante o envio de dez pragas aos egípcios- alcançou há 2.500 anos dobrar os soldados do Faraó e colocar fim à escravidão à qual estavam submetidos os judeus, que teriam participado da construção das Pirâmides, segundo alguns historiadores.

A tradição judaica explica que uma dessa pragas foi a morte dos primogênitos egípcios, como a imposta pelo Faraó aos judeus, entre estes Moisés.

Com a libertação começou o Êxodo e a longa marcha de 40 anos pelo deserto de Sinai em direção à "Terra Prometida" à qual Moisés não chegou, e que só pôde vê-la de cima de um monte, hoje pertencente ao Reino da Jordânia.





Fonte: EFE

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