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Hibernação forçada pode salvar humanos, diz estudo
Ratos forçados a inalar sulfureto de hidrogênio - substância que tem cheiro de ovo podre - entram em um tipo de hibernação que, segundo relato de pesquisadores norte-americanos, pode ajudar a salvar vidas humanas. Embora o sulfureto de hidrogênio seja tóxico em doses elevadas, ele pode ativar alguns dos mecanismos que levam outros animais a hibernarem, segundo artigo publicado na revista Science.
Se houver uma forma segura de fazer isso com humanos, poderão surgir novas formas de tratamento do câncer e de hemorragias, além de ajudar na recuperação de cirurgias, de acordo com a equipe do Centro Fred Hutchinson de Pesquisa do Câncer.
"Estamos, essencialmente, transformando temporariamente ratos de animais de sangue quente em criaturas de sangue frio, que é exatamente a mesma coisa que acontece naturalmente quando os mamíferos hibernam", afirmou Mark Roth, que comandou o estudo, em uma nota. "Achamos que essa pode ser uma habilidade latente de todos os mamíferos - potencialmente até de humanos - e estamos simplesmente colocando rédeas (no processo), ligando-o e desligando-o, induzindo a um estado de hibernação deliberada", afirmou o bioquímico.
Não só ursos e anfíbios hibernam. Os humanos às vezes também o fazem. Já foram documentados muitos casos de bebês e ocasionalmente adultos que sobrevivem ao afogamento em água gelada porque a temperatura corporal caiu drasticamente e eles pararam de respirar por mais de uma hora.
"Entender as conexões entre situações aleatórias de sobrevivência aparentemente miraculosa e inexplicável nos chamados humanos clinicamente mortos e nossa capacidade de induzir e reverter o descanso metabólico em organismos-modelo pode ter implicações dramáticas para o atendimento médico", afirmou Roth. "Suspeito que isso mude a forma como a medicina é praticada, porque irá, em resumo, ganhar tempo para os pacientes."
Na experiência, os ratos, quando expostos a 80 partes de sulfureto de hidrogênio por milhão de partes de ar, tinham o consumo de oxigênio reduzido em 50% e a emissão de dióxido de carbono reduzida em 60% nos primeiros cinco minutos, segundo o artigo. "Se deixados nesse ambiente por seis horas, seu ritmo metabólico caía em 90%."
Reduzir o metabolismo diminui a necessidade de oxigênio. Se a experiência puder ser repetida em humanos, significaria mais tempo para atender pacientes em estado grave que aguardam transplantes ou estão em UTIs e campos de batalha, segundo Roth.
Também o tratamento do câncer poderia melhorar, segundo ele, pois o tecido saudável pode "hibernar" enquanto doses mais elevadas de radiação matam as células doentes. "Hoje em dia, no tratamento da maioria das formas de câncer, estamos matando as células normais muito antes de matarmos as células do tumor. Ao induzir à hibernação metabólica no tecido normal, estamos pelo menos equilibrando o terreno de jogo."
O sulfureto de hidrogênio é letal em doses elevadas, mas os ratos, segundo Roth, não pareceram sofrer qualquer seqüela. "O legal deste gás que estamos usando, o componente, é que não é algo manufaturado que estamos tirando de uma prateleira - não é 'uma vida melhor por meio da química'. É simplesmente um agente que todos nós produzimos em nossos corpos o tempo todo para a nossa flexibilidade metabólica. É o que permite que a nossa temperatura fique em 36 graus, independentemente de estarmos no Alasca ou no Haiti."
Se houver uma forma segura de fazer isso com humanos, poderão surgir novas formas de tratamento do câncer e de hemorragias, além de ajudar na recuperação de cirurgias, de acordo com a equipe do Centro Fred Hutchinson de Pesquisa do Câncer.
"Estamos, essencialmente, transformando temporariamente ratos de animais de sangue quente em criaturas de sangue frio, que é exatamente a mesma coisa que acontece naturalmente quando os mamíferos hibernam", afirmou Mark Roth, que comandou o estudo, em uma nota. "Achamos que essa pode ser uma habilidade latente de todos os mamíferos - potencialmente até de humanos - e estamos simplesmente colocando rédeas (no processo), ligando-o e desligando-o, induzindo a um estado de hibernação deliberada", afirmou o bioquímico.
Não só ursos e anfíbios hibernam. Os humanos às vezes também o fazem. Já foram documentados muitos casos de bebês e ocasionalmente adultos que sobrevivem ao afogamento em água gelada porque a temperatura corporal caiu drasticamente e eles pararam de respirar por mais de uma hora.
"Entender as conexões entre situações aleatórias de sobrevivência aparentemente miraculosa e inexplicável nos chamados humanos clinicamente mortos e nossa capacidade de induzir e reverter o descanso metabólico em organismos-modelo pode ter implicações dramáticas para o atendimento médico", afirmou Roth. "Suspeito que isso mude a forma como a medicina é praticada, porque irá, em resumo, ganhar tempo para os pacientes."
Na experiência, os ratos, quando expostos a 80 partes de sulfureto de hidrogênio por milhão de partes de ar, tinham o consumo de oxigênio reduzido em 50% e a emissão de dióxido de carbono reduzida em 60% nos primeiros cinco minutos, segundo o artigo. "Se deixados nesse ambiente por seis horas, seu ritmo metabólico caía em 90%."
Reduzir o metabolismo diminui a necessidade de oxigênio. Se a experiência puder ser repetida em humanos, significaria mais tempo para atender pacientes em estado grave que aguardam transplantes ou estão em UTIs e campos de batalha, segundo Roth.
Também o tratamento do câncer poderia melhorar, segundo ele, pois o tecido saudável pode "hibernar" enquanto doses mais elevadas de radiação matam as células doentes. "Hoje em dia, no tratamento da maioria das formas de câncer, estamos matando as células normais muito antes de matarmos as células do tumor. Ao induzir à hibernação metabólica no tecido normal, estamos pelo menos equilibrando o terreno de jogo."
O sulfureto de hidrogênio é letal em doses elevadas, mas os ratos, segundo Roth, não pareceram sofrer qualquer seqüela. "O legal deste gás que estamos usando, o componente, é que não é algo manufaturado que estamos tirando de uma prateleira - não é 'uma vida melhor por meio da química'. É simplesmente um agente que todos nós produzimos em nossos corpos o tempo todo para a nossa flexibilidade metabólica. É o que permite que a nossa temperatura fique em 36 graus, independentemente de estarmos no Alasca ou no Haiti."
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/344023/visualizar/
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