Iraque continua sem governo; atentado mata 10

Bagdá - Um atentado contra xiitas matou cerca de dez fiéis em uma mesquita da capital do Iraque. O país segue sem governo três meses depois das eleições. Em meio à contínua onda de violência, o recém-nomeado presidente do país, Jalal Talabani, disse que está frustrado com o atraso na formação do governo. Depois de uma reunião do Comitê de Diálogo Nacional, o líder curdo atribuiu a demora às negociações sobre a divisão das pastas ministeriais e afirmou que não há data para anunciar a formação do novo governo.

No pior atentado registrado hoje, um carro bomba explodiu em frente à mesquita de Al-Sadikh, no sudeste da capital, matando 10 pessoas. O veículo, carregado de explosivos, estava estacionado ao lado do templo. "Foi aberta uma investigação para esclarecer se é um atentado suicida ou se o automóvel foi abandonado no estacionamento e a carga, ativada por controle remoto", informou uma fonte do Ministério do Interior.

Um porta-voz do hospital para o qual foi levada a maioria dos 25 feridos afirmou que o estado de saúde de seis deles era "muito grave" e não descartou que o número de mortos aumente nas próximas horas.

Além das vítimas do atentado na mesquita, pelo menos quatro policiais iraquianos e três civis foram feridos pela explosão de um artefato na passagem de um comboio militar pelo bairro de Al-Haquimiya, no centro da cidade de Basra. E um soldado americano morreu e outro ficou ferido em um atentado similar perpetrado perto da cidade de Ramadi, situada na província de Al-Anbar, coração da insurgência no Iraque.

Também hoje, a polícia iraquiana anunciou a descoberta dos corpos de 19 policiais, assassinados perto da cidade de Beiji, cerca de 200 quilômetros ao norte de Bagdá. Os corpos tinham sinais de violência e eram de 19 policiais seqüestrados na área há seis dias, explicaram fontes da polícia.