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Internacional
Sexta - 22 de Abril de 2005 às 20:30

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A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) acredita que o governo do presidente Alfredo Palacio é apenas "de transição" e "interino". Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o presidente da Conaie, Luis Macas, disse que o governo de Palacio tem de convocar "o povo para que organize um novo sistema democrático", de modo que se evite "fazer simplesmente um remendo (...) e deixar que este mesmo sistema continue".

Macas afirmou que o Equador requer "uma institucionalidade distinta", porque atualmente "não existe justiça nem paz para todos os equatorianos".

O presidente da Conaie esclareceu que isso, no entanto, não significa que os indígenas apóiem a antecipação das eleições.

"Pedimos que o povo convoque uma assembléia, que o presidente (Palacio) seja interino e que esta assembléia popular seja a que formule uma forma de organização do Estado", acrescentou.

Ao ser consultado pela EFE sobre se a interinidade a que se refere tem uma data definida ou se duraria até janeiro de 2007, quando deveria terminar o mandato de Gutiérrez, assinalou: "O povo tem de começar a agir imediatamente." "Dure o quanto durar, dizemos que é um governo interino", acrescentou Macas.

A Conaie qualificou como um "triunfo" do povo a destituição de Gutiérrez, tachado de ditador por esses indígenas. Além disso, revelou que apresentaram uma denúncia à Procuradoria contra o indígena Antonio Vargas, ex-ministro do Bem-estar Social, e contra o ex-vice-ministro Bolívar González, entre outros, a quem responsabilizam por levar a Quito esta semana milhares de manifestantes das províncias para apoiar o governo.

Por outro lado, a Conaie ratificou o que chama sua "plataforma de luta": rejeição ao Plano Colômbia de luta antidrogas, exigência da saída de militares americanos da base de Manta e interrupção das licitações do anterior governo para a exploração mineradora, petrolífera e madeireira na Amazônia equatoriana.

Desde 1999, os indígenas foram um dos grupos que mais se opuseram à presença americana em Manta, de onde os militares dessa nação realizam ações para combater o narcotráfico na região.

Os presidentes equatorianos que se sucederam desde 1999 (Jamil Mahuad, Gustavo Noboa e Lucio Gutiérrez) insistiram que a presença americana em Manta não tem nada a ver com o Plano Colômbia.





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