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Economia
Sexta - 22 de Abril de 2005 às 18:04
Por: Cristiane Ribeiro

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Rio - O vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, voltou a criticar a política de juros elevados praticada no Brasil. Alencar afirmou que as altas taxas de juros são responsáveis pelas perdas salariais que os trabalhadores vêm acumulando nos últimos anos. Ele não se mostrou otimista com a recuperação salarial dos trabalhadores, pois, segundo ele, "o orçamento público ainda passa por uma fase dura". Na quarta-feira (20) , o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros da economia (Selic) para 19,5% ao ano.

O vice-presidente, que participou nesta sexta-feira (22) de solenidade em comemoração aos 60 anos da Força Aérea Brasileira, disse que a defasagem salarial atinge tanto os militares quanto os servidores civis. Segundo ele, um cálculo com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o mais baixo índice de correção, registras perdas de 35%.

"O quadro é muito difícil. Porém, nós sabemos que o grande problema do orçamento da República é a rubrica de juros com que se rola a dívida pública brasileira. Esta alíquota é muito elevada, ela está situada acima da média de 40 países que têm Banco Central e que também adotam a política monetária como instrumento de combate à inflação. A média é de 1%, enquanto a nossa média é de 13%. Hoje, uma taxa de juros de 19,5% é igual a 13% de taxa real ao ano, isso significa 13 vezes mais que a taxa média paga por 40 países", disse Alencar.

Ainda de acordo com o vice-presidente, este quadro impede que o governo disponha dos recursos necessários para investir em educação, saúde, saneamento e infra-estrutura. "O governo herdou uma situação muito dura. Nós, quando chegamos a situação era mais grave. O risco-Brasil se situava em 26 pontos e hoje baixou para 4 pontos, o que foi uma vitória. Outra coisa, o Brasil há muito tempo não tinha um crescimento da ordem de 5% e nós crescemos 5,5% no ano passado e a tendência é que neste ano a dose se repita. Enfim, o governo tem sensibilidade social e tem responsabilidade. A questão é que o orçamento é apertado", destacou.





Fonte: Agência Brasil

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