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Economia
Sexta - 22 de Abril de 2005 às 12:20

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A América do Sul ultrapassou os EUA no ranking dos principais compradores dos produtos brasileiros. No primeiro trimestre deste ano, a participação dos países sul-americanos foi de 21,85%. Em 2004, a região havia absorvido 20,4% das exportações brasileiras.

Nos três primeiros meses deste ano, os Estados Unidos ficaram com uma fatia de 21,49%. O resultado mostra um incremento em relação à participação no final de 2004, de 20,77%. Apesar disso, a América do Sul, com destaque para o Mercosul, ganhou terreno. Os dados foram calculados com base em números do Ministério do Desenvolvimento.

No total, o país exportou, no primeiro trimestre, US$ 24,451 bilhões. O saldo positivo na balança comercial ficou em US$ 8,317 bilhões no período. Se computados os dados até a semana passada, o saldo é de US$ 10,607 bilhões.

"A participação da América do Sul cresceu por conta, sobretudo, da retomada do fluxo de comércio com a Argentina, principal parceiro do Mercosul, além de expansão nas vendas para todos os demais países do continente", diz boletim da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior).

O resultado da balança comercial no primeiro trimestre deste ano também confirma a tendência de diminuição da participação da União Européia como destino das exportações brasileiras. Nos três primeiros meses, o bloco de países europeus teve uma fatia de 23,76%. No ano de 2004, o percentual estava em 25%.

De acordo com a AEB, a queda da participação da União Européia é relevante porque contrariou as expectativas do mercado. Com a ampliação do bloco, que passou a contar com mais dez países no ano passado, esperava-se uma elevação do percentual de importações de bens brasileiros.

O incremento da relevância da parceria comercial com os vizinhos brasileiros parece refletir, na avaliação da AEB, a guinada da condução da política externa do governo Lula em favor da ampliação do intercâmbio comercial no eixo Sul-Sul. Ou seja, entre os países do mundo em desenvolvimento. "O esforço empreendido pelo governo e empresários na divulgação do produto nacional, por meio da participação em feiras e missões comerciais em diversas partes do mundo, tem contribuído para a diversificação de mercados compradores do Brasil", afirma a AEB.

O continente africano, que foi visitado recentemente pelo presidente Lula, também registra elevação como destino das vendas externas brasileiras. A África, que detinha 4,35% ao final de 2004, no fim dos primeiros três meses deste ano passou para 4,91%.

A despeito do dinamismo desses novos mercados, os especialistas em comércio exterior ressaltam que os mercados dos países ricos não devem ser negligenciados. O maior acesso a eles, porém, passa pela resolução de questões sensíveis, como barreiras tarifárias e não-tarifárias.

Principais produtos

Para os países sul-americanos, o crescimento mais expressivo das vendas externas ficou centrado nos semimanufaturados, com uma taxa de 84,8%. Já os produtos básicos registraram uma retração de 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2004.

No caso da UE, foram os bens manufaturados que registraram uma maior alta. No primeiro trimestre deste ano, eles tiveram uma expansão de 44,32%. Já os produtos básicos sofreram queda de 5,59%. Para a África, assim como para os EUA, foram os produtos semimanufaturados que registraram acréscimos mais significativos. No total do primeiro trimestre de 2005 ante o mesmo período de 2004, as taxas de crescimento foram de 75,7% e 62,65%, respectivamente.

A expansão das vendas de produtos de maior valor agregado aponta para uma maior diversificação na pauta de exportação brasileira. Mas, no resultado geral, os produtos primários ainda têm grande destaque. "Não há como negar uma forte concentração em commodities minerais e agrícolas, carro-chefe da exportação nacional", afirmou a AEB.

Segundo a associação, dos 25 principais produtos exportados em 2004, que representam 55,7% de todas as exportações, predominam as commodities. No ano passado, a soja em grãos liderou a lista de produtos mais vendidos, representando 5,6% das exportações brasileiras. As vendas de aviões, que ficaram com 3,4% de participação, apareceram em quinto lugar.

Oriente Médio

Outra região que também tem ganhado espaço na agenda da política comercial externa do Brasil é o Oriente Médio, sobretudo os países da Liga Árabe. A participação da região, porém, encolheu. Ao final de 2004, o Oriente Médio detinha uma participação de 3,82%. Esse percentual reduziu-se para 3,64% no acumulado do primeiro trimestre.

Mas a ofensiva para arregimentar compradores na região continua. Em maio, o governo brasileiro hospedará a Cúpula América do Sul-Países Árabes em Brasília.





Fonte: 24Horas News

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