Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 22 de Abril de 2005 às 10:33

    Imprimir


A China comemorou nesta sexta-feira o discurso pronunciado em Jacarta pelo primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, no qual manifestou o "profundo remorso" e as "desculpas sinceras" do Japão por seu passado imperialista, anunciou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês.

"Ao olhar para 60 anos atrás e os grandes abusos que (Japão) cometeu nos países asiáticos, entre eles a China, saudamos a atitude de Koizumi", declarou aos jornalistas Kong Quan, porta-voz da diplomacia chinesa.

Nesta sexta-feira, Koizumi pediu desculpas durante a Cúpula Ásia-África, realizada em Jacarta, na Indonésia, pelas agressões cometidas pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial.

Junichiro tentou suavizar suas tensas relações com a China ao expressar seu mais "profundo remorso" pelo sofrimento causado durante o passado colonial deste país, ao falar na sessão inaugural.

"No passado, o Japão, através de seu rol colonial e de agressão, causou um tremendo dano e sofrimento a pessoas de muitos países, em particular àquelas das nações asiáticas", afirmou.

"Com sentimentos de profundo remorso e com as mais sinceras desculpas, o Japão se manteve firme sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial, em nunca mais voltar a ser um poder militar e sim econômico", acrescentou.

As relações bilaterais entre China e Japão ficaram tensas depois que Tóquio autorizou uma nova edição de um manual de história que minimiza as atrocidades cometidas na Ásia pelo Japão imperial nos anos 30-40. O livro não utiliza a palavra 'invasão' quando cita a guerra que o Japão travou na China nesse período.

Dezenas de milhares de pessoas protestaram no último fim de semana em várias cidades chinesas pelo segundo final de semana consecutivo. Os consulados japoneses de Shanghai (leste) e Shenyang (nordeste) foram alvos de pedradas.

Apesar de não citar diretamente a China, as palavras de Koizumi foram entendidas como uma desculpa a este país pelos 35 milhões de pessoas que morreram durante a invasão nipônica.

No entanto, Koizumi ressaltou que seu país mudou desde o conflito e que contribuiu para o desenvolvimento do restante da Ásia graças a seu potencial econômico.

O Japão é o maior doador de ajuda humanitária na Ásia, e o primeiro-ministro reafirmou a intenção deste país de continuar contribuindo para paz e a prosperidade da região.

Já o presidente chinês, que falou pouco antes de Koizumi, insistiu ante os líderes do mundo em desenvolvimento que a política de cooperação para o Terceiro Mundo será um dos eixos de sua política externa no futuro.

Além disso, Hu disse que "o fortalecimento da paz e da estabilidade é uma das gloriosas e históricas tarefas confiadas a nós por nosso tempo".





Fonte: AFP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/344247/visualizar/