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Esportes
Sexta - 22 de Abril de 2005 às 09:32

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Para o árbitro, não houve ofensa racista. Para o delegado da partida, teria "supostamente" havido.

A Conmebol dispõe da súmula do polêmico confronto de quarta-feira retrasada entre São Paulo e Quilmes, assinada pelo juiz uruguaio Martín Vazquez, e do informe do delegado da partida, o paraguaio Arsenio Sarabia. Os dois documentos esportivos serão usados no julgamento do caso, no dia 28, em Assunção, e não acusam o jogador argentino Desábato e seu clube em nada.

Segundo a Folha apurou, o árbitro relatou na súmula do jogo, basicamente, as expulsões de Arano e Grafite no primeiro tempo. Não fez referência a ofensas racistas contra o jogador são-paulino.

O delegado da partida, por sua vez, usou o termo "supostamente" ao tratar do racismo em seu relatório, o que não clarifica a situação vivida no Morumbi.

A Folha revelou na última quinta-feira, após análise de especialistas, que pelas imagens da TV não é possível detectar nos lábios de Desábato a expressão "negro de merda", que as testemunhas disseram ter identificado na transmissão do jogo.

A Conmebol também conta com cópia do boletim de ocorrência do caso, feito no 34º Distrito Policial, no bairro da Vila Sônia.

A cúpula da Conmebol quer tirar "lições positivas" do caso e evitar de vez manifestações racistas no continente, mas entende que algumas medidas adotadas na prisão de Desábato, como a busca pelo atleta ainda no campo de jogo, eram desnecessárias.

A Fifa tomou ciência do caso, mas o deixou com a Conmebol. "Nenhuma organização esportiva pode se sobrepor às leis de um país. Não conheço bem a lei brasileira que trata do tema [racismo], mas o jogo foi pela Libertadores da América, competição da Conmebol. Assim, esse é um caso da Conmebol", disse Markus Siegler, diretor de comunicação da Fifa.

O próprio São Paulo tem conhecimento de que a súmula da partida contra o Quilmes não servirá como prova contra o clube argentino ou mesmo contra Desábato.

"A súmula do jogo não tem nenhum detalhe sobre o que Desábato falou ou deixou de falar", afirmou José Edgard Galvão Machado, gerente jurídico do clube do Morumbi.

"Os árbitros da Conmebol não têm o hábito de relatar esse tipo de incidente nas súmulas. Sei também que ele não fez nenhum relatório à parte para ser juntado ao inquérito", concluiu.





Fonte: 24 Horas News

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