Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 21 de Abril de 2005 às 10:55

    Imprimir


O ministro de Assuntos Exteriores da Ucrânia, Boris Tarasiuk, disse nesta quinta-feira que seu país terá completado as reformas necessárias para entrar na Otan em 2008, depois de entrar em acordo com a Aliança para tomar medidas concretas a fim de acelerar sua adesão.

"Acho que a Ucrânia estará pronta para realizar as reformas dentro de três anos, em 2008", disse Tarasiuk no final de uma Comissão OTAN-Rússia realizada em Vilnius à margem de uma reunião informal de Assuntos Exteriores da Otan.

"Temos feito tudo juntos, com a Otan", disse um feliz Tarasiuk em entrevista coletiva, em que o secretário-geral da Aliança, Jaap de Hoop Scheffer, anunciou um diálogo intensificado com seu país.

"Conduziremos nosso carro com prudência mas com decisão em direção ao nosso objetivo. Ninguém poderá parar o movimento da Ucrânia", disse Tarasiuk.

O ministro qualificou este diálogo, que desenvolve uma cooperação para ajudar a Ucrânia a cumprir com os princípios democráticos que regem a Otan, como "um novo capítulo nas relações com a Aliança".

De Hoop Scheffer louvou o processo de reformas na Ucrânia mas não quis dar datas para o ingresso de Kiev durante a entrevista coletiva e disse que dependerá do cumprimento dos objetivos fixados.

"A Otan convidou a Ucrânia a um diálogo intensificado dentro do marco de cooperação existente sobre suas aspirações de ingresso e suas reformas, sem preconceito de uma eventual decisão da Aliança", apontou.

De Hoop Scheffer lembrou que "a porta da Otan permanece aberta a todas as democracias européias desejosas e capazes de assumir as responsabilidades e obrigações da adesão".

Segundo Tarasiuk, "se antes a adesão era um objetivo autoproclamado, agora é um projeto conjunto com a Aliança".

O secretário-geral afirmou que a Otan ajudará a Ucrânia a realizar as reformas, "porque o ritmo em que qualquer sócio se aproxima à Otan depende de seus resultados no respeito às normas e valores da Otan".

Entre as medidas estipuladas hoje para desenvolver a cooperação estão o apoio da Aliança a reforma da Defesa na Ucrânia, e um intercâmbio de idéias e esforços para aumentar a liberdade de imprensa e conseguir uma reforma judicial e eleitoral no país.

"Nosso principal objetivo é melhorar o nível de vida dos ucranianos e ajudá-los a conseguir a democracia e a prosperidade", indicou Tarasiuk.

Ambas as partes também acordaram contatos mais freqüentes e sobre um maior número de temas entre a Ucrânia e a Otan, incluindo a discussão de conflitos regionais como o da região separatista moldávia de Cisdniéster, em que a Ucrânia é uma das partes mediadoras.

Tarasiuk trocou hoje cartas com a Aliança para a participação de seu país na operação antiterrorista aliada "Esforço Ativo" de controle do tráfego marítimo pelo Mediterrâneo.

Embora Kiev não leve navios a operação, que foi lançada em 2001 por causa dos atentados do 11 de setembro nos EUA, oferecerá apoio logístico e de informação.

O pró ocidental presidente ucraniano Viktor Yushchenko, que foi eleito em 26 de dezembro de 2004 depois de uma repetição de eleições consideradas fraudulentas, assinalou em sua primeira cúpula OTAN-Ucrânia em fevereiro passado sua intenção de negociar com a Aliança um Plano de Ação para a Adesão, que define as áreas de cooperação e é um passo prévio à integração.

"Estamos no coração da Europa e desejamos nos integrar tanto na UE como na Aliança Atlântica", disse então, embora não tenha mencionado datas.

Yushchenko ressaltou também que a política da Ucrânia com relação à Otan "não se vai contra os interesses da Rússia, que segue sendo o primeiro sócio estratégico da Ucrânia".

O ministro de Assuntos Exteriores russo, Serguei Lavrov, que também assistiu hoje em Vilnius a um Conselho OTAN-Rússia, assinalou em entrevista coletiva que "corresponde à Ucrânia escolher seus parceiros e esta é uma questão de soberania" para aquele país.

Lavrov destacou que Moscou quer que as regiões que a rodeiam "sejam estáveis, para que Rússia possa sentir-se segura, não ameaçada".




Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/344576/visualizar/