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Internacional
Quinta - 21 de Abril de 2005 às 10:00
Por: Parisa Hafezi

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Cerca de 400 voluntários alistaram-se em Teerã para sacrificar suas vidas "em países islâmicos ocupados" na noite de quarta-feira, inspirados por uma fatwa decretada por um importante clérigo linha-dura, que dava apoio religioso às missões suicidas. A sessão de alistamento de quarta foi a mais recente feita por um grupo chamado de o Comitê para a Comemoração dos Mártires da Campanha Islâmica Global, que afirma ter registrado, desde o ano passado, 35 mil voluntários em todo o país para possíveis ataques.

O governo pró-reforma do Irã vem repetindo que não permitirá que grupos lancem tais ataques, e não há indícios de iranianos executando diretamente ataques suicidas em Israel ou em qualquer outro lugar nos últimos anos.

Mas a presença do conselheiro para as questões das mulheres do presidente Mohammad Khatami e de um representante do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, sugeriram algum apoio oficial ao evento.

Em uma sala escura decorada com fotografias de militantes suicidas palestinas, dezenas de homens e mulheres faziam fila para preencher os formulários de alistamento.

"Como muçulmana, é meu dever sacrificar minha vida pelas crianças palestinas oprimidas", disse Mariam Partovi, 31, mãe de duas crianças.

Uma faixa pendurada sobre a principal entrada citava uma frase de Khamenei : "Sacrificar a si próprio pela religião e pelo interesse nacional é o ápice da honra e da coragem."

JIHAD POR DEUS

O decreto religioso do clérigo iraniano linha-dura, o grã-aiatolá Hossein Nouri-Hamedani, foi lido para os voluntários em um megafone. Dizia que "as operações de martírio" eram admissíveis "nos países islâmicos ocupados" como uma arma de guerra contra os exércitos modernos.

"Qualquer operação de martírio é uma jihad (guerra santa) em nome de Deus", dizia.

Mulheres vestidas com o tradicional chador, vestimenta negra que as cobre da cabeça aos pés, e homens usando bandanas com a inscrição "o profeta Maomé é o mensageiro de Deus" responderam gritando "Deus é grande".

Vídeos de ataques do Exército israelense contra palestinos eram exibidos em um telão. Livros e CDs sobre o levante palestino também estavam à venda.

Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã se recusa a reconhecer Israel e apóia os grupos que lutam contra o país, como o Hamas.





Fonte: Reuters

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