Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 20 de Abril de 2005 às 21:44

    Imprimir


Os países em desenvolvimento tomaram a palavra na ONU hoje, quarta-feira, para demonstrar seu compromisso com as políticas de desenvolvimento sustentável, embora tenham advertido que não serão capazes de realizá-las sem ajuda financeira. Este pedido foi lançada pelo chamado "Grupo dos 77" - formado por 130 países em desenvolvimento e pela China - na Comissão de Desenvolvimento Sustentável, convocada para reforçar as políticas de água, saneamento e habitação.

Segundo foi denunciado estes dias na ONU, a falta de água potável e de serviços de saúde e a pressão urbana nos países pobres causam a morte a cada ano de milhões de pessoas no Terceiro Mundo.

Calcula-se que 1,2 bilhão de pessoas das nações em desenvolvimento não têm acesso à água potável e 2,6 bilhões - metade da população destes países - não conta com infra-estrutura de saneamento.

Como conseqüência, 1,8 bilhão de pessoas morreram em 2002 de diarréia, a maioria crianças.

Além disso, o crescimento sem planejamento das cidades do Terceiro Mundo faz que cerca de 1 bilhão de pessoas vivam em assentamentos improvisados ou em abrigos.

Segundo um relatório da ONU, o crescimento econômico vivido pelo mundo nos últimos 50 anos provocou uma grande deterioração nos ecossistemas e nos habitats humanos, em parte devido à necessidade de atender à demanda crescente de alimentos, água potável, madeira e combustível.

Hoje, na ONU, o embaixador da Jamaica, Byron Blake, representando o "Grupo dos 77", assegurou que estes países estão comprometidos com as políticas para conseguir um crescimento econômico que respeite o meio ambiente e para melhorar as condições de acesso a água potável, saneamentos e habitação.

No entanto, afirmou, existe um grande inconveniente, que é a falta de recursos financeiros para construir a infra-estrutura necessária e para elaborar programas de atuação.

Por isso, Blake fez um apelo aos países desenvolvidos e às instituições financeiras multilaterais para que ajudem os países do G-77 a obter o financiamento necessário, que além disso deve ser mantida por um tempo para o desenvolvimento de estratégias a médio prazo.

Em seu apelo, o embaixador da Jamaica lembrou que os países em desenvolvimento são a parte mais povoada do mundo e que se não forem resolvidos os problemas da falta de serviços básicos e da pressão urbana nos assentamentos improvisados, isso pode levar à instabilidade política e a conflitos armados.

A vice-secretária-geral da ONU, Louise Fréchette, que abriu o debate, também se referiu à ajuda internacional ao assegurar que "seria irresponsável achar que alguns destes objetivos seriam alcançados sem a mobilização de recursos financeiros adicionais".

Segundo lembrou, serão necessários cerca de 30 bilhões de dólares por ano para que as Metas de Desenvolvimento do Milênio sejam atingidas em 2015. Entre essas metas, estão o fornecimento de água potável a 1,5 bilhão de pessoas e de serviços de saúde a 1,9 bilhão.

Além disso, cerca de 5 bilhões anuais seriam necessários para melhorar as condições de vida de cerca de 100 milhões de pessoas que vivem em assentamentos urbanos improvisados.

Este é um dos grandes problemas enfrentados pelos países em vias de desenvolvimento, pois segundo a ONU, em 2030 sua população urbana terá crescido para 4 bilhões de pessoas.

Em nome da União Européia (UE), o ministro luxemburguês Claude Wiseler lembrou o grande compromisso do bloco com as políticas de água, saneamento e habitação no Terceiro Mundo.

Segundo disse, a UE destinou a estes programas 1,4 bilhão de euros (cerca de 1,82 bilhão de dólares).





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/344755/visualizar/