Itália impede desligamento de aparelhos de mulher em coma

Roma - A Corte Suprema italiana rejeitou o pedido de um pai que quer desligar o mecanismo que mantém viva sua filha, uma jovem de 33 anos que se encontra em estado vegetativo irreversível há treze anos. Eluana Englaro está em estado vegetativo irreversível desde que teve um acidente de trânsito, em 1992.

Desde então, vive conectada à sonda nasogástrica que a mantém viva, embora seu pai, Beppino, tente há anos fazer com que os juízes lhe permitam pôr fim a essa situação. O Supremo assinalou hoje que o pedido é "inadmissível" já que "o pai da jovem não cumpre nem formal, nem juridicamente, os requisitos necessários para solicitar a desconexão da sonda que alimenta a filha".

Beppino Englaro "não pode, como simples tutor de sua filha, solicitar a suspensão dos cuidados que mantém a vida da jovem, ao mesmo tempo em que faltam resultados específicos sobre a vontade real de Eluana em relação à vida ou à morte", acrescentou o Tribunal.

No entanto, os magistrados falaram da possibilidade de existir a figura de um "cuidador especial" que possa representar melhor o interesse de quem se encontra em uma situação tão trágica como a da jovem. O Supremo não estabelece que características esse "cuidador" deve ter, mas indica uma via para que o pai possa tentar fazer com que a Justiça o designe como tal.