O hard rock deve ser purificado, diz Ratzinger

Roma - O novo papa, Joseph Ratzinger, possui uma opinião muito rígida a respeito do rock, que, a seu ver, "deve ser purificado das mensagens diabólicas".

Sustentou essa opinião o então cardeal Ratzinger no dia de Santa Cecília, protetora dos músicos, durante uma missa celebrada na igreja de São Carlos, em Roma, em 22 de novembro de 1994.

Nesse tipo de música, disse, "existem muitas coisas boas, mas em certas ocasiões o hard rock não é adequado para as igrejas". Utilizando o mesmo argumento, o então chefe da Congregação para a Doutrina da Fé escreveu o livro "Introdução ao espírito da Liturgia", em fevereiro de 2001, no qual afirmou que o rock é "expressão de paixões elementares que, em grandes shows de música, têm uma relação de caráter cultural, isto é, de contra-cultura, que se opõe ao culto cristão", enquanto o pop "é um culto da banalidade".

O rock, acrescentou, "quer libertar o homem de si mesmo em um evento de massa e com a falta de regras em relação ao ritmo, ao volume e aos efeitos luminosos, fazendo surgir naqueles que são guiados pelo poder primitivo do Todo Poderoso o êxtase da libertação dos próprios limites.

Culto à banalidade

O pop "não é mais encarado pelo povo no sentido antigo, mas guia um fenômeno de massas, produzido por métodos em escala industrial. Deve ser definido como um culto à banalidade".

A música que se inspira no Espírito Santo "parece ter poucas possibilidades" dentro do rock, onde "o ´eu´ se transformou em uma prisão, na qual o espírito vira uma cadeia, e a ruptura violenta de ambas parece ser a verdadeira promessa de libertação daquele que, pelo menos por alguns instantes, acreditou ter provado seu sabor". O guia da doutrina católica fala do rock e do pop em seu livro dentro do capítulo intitulado "Música e Liturgia", no qual ressalta a importância da música na Bíblia e na tradição cristã.