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Internacional
Quarta - 20 de Abril de 2005 às 12:40

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Cidade do Vaticano - Em sua primeira homilia como papa, Bento XVI se comprometeu oficialmente a uma abertura no diálogo com outros cristãos e também com outras religiões, garantindo a continuidade da obra de seu antecessor, João Paulo II. "O sucessor de Pedro assume como compromisso primário trabalhar sem economizar energias na reconstituição plena e visível da unidade dos seguidores de Cristo e promover os contatos e entendimentos com os representantes das diferentes igrejas e comunidades eclesiásticas."

Essa foi uma das afirmações mais fortes contidas na primeira homilia do novo chefe da Igreja Católica, lida na missa rezada na manhã desta quarta-feira na Capela Sistina, onde ocorreu o conclave que o elegeu como sucessor de João Paulo II.

´Não tenha medo´ Em seu sermão, o novo pontífice recorda com afeto seu predecessor, a quem atribui a graça de ter sido eleito papa. "Parece que sinto sua mão forte apertar a minha, vejo seus olhos sorridentes e ouço suas palavras, dirigidas a mim neste momento especial: ‘Não tenha medo’", afirmou.

O pontífice afirmou ter ficado surpreso com sua eleição para suceder "este grande papa" e que teve uma "sensação de inadequação" diante da responsabilidade. Depois, pediu que o Senhor lhe dê forças para ser "a pedra sobre a qual todos possam se apoiar com segurança".

O discurso do papa toca em diversos temas e pode ser visto como um esboço de programa do pontificado que se inicia agora. Joseph Ratzinger promete continuar a atuação do Concílio Vaticano II. "Os documentos conciliares não perderam a atualidade, e seus ensinamentos revelam-se pertinentes em relação às novas questões da Igreja e da atual sociedade globalizada", disse ele em sua homilia em latim, lida para os 114 cardeais que o elegeram e que estavam presentes à celebração.

Da plena comunhão com Cristo, segundo o discurso de Ratzinger, nasce qualquer outro elemento da vida da Igreja, em primeiro lugar a "comunhão entre os fiéis, o compromisso de anunciar e testemunhar o evangelho e o ardor da caridade para com todos, especialmente com os pobres e pequenos".

Jovens

No final de seu sermão, o papa Bento 16 se dirigiu a todos - chefes de Estado e de governo, pessoas de todas as categorias sociais e especialmente jovens - que participaram dos funerais do papa João Paulo II.

"Aquela intensa participação foi como um pedido de ajuda ao papa por parte da atual humanidade que, conturbada por incertezas e temores, questiona-se sobre seu futuro", disse Ratzinger, tocando num dos aspectos mais marcantes do pontificado de Karol Wojtyla - a capacidade de comunicar com todo mundo, não apenas com os católicos.

Ratzinger faz uma menção especial aos jovens, com os quais João Paulo II manteve uma relação especial, confirmando sua presença na Jornada Mundial da Juventude em agosto, em Colônia, Alemanha, sua terra natal.

Dirigindo-se a todos, Bento XVI, "com simplicidade e afeto", disse: "Garanto continuar a tecer com eles um bom diálogo, aberto e sincero, em busca do verdadeiro bem do homem e da sociedade".





Fonte: BBC Brasil

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