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Internacional
Quarta - 20 de Abril de 2005 às 10:10
Por: Oleg Shchedrov

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A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, reforçou na quarta-feira suas críticas sobre a situação da democracia na Rússia antes de uma reunião com o presidente Vladimir Putin e disse que o líder do Kremlin não deveria ter tanto poder pessoal.

Rice, em sua primeira visita a Moscou como chefe da diplomacia de Washington, disse ainda que os EUA estariam acompanhando o desfecho do julgamento do magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky para "ver o que ele indica sobre o estado de direito na Rússia".

Uma corte de Moscou deve chegar a um veredicto no julgamento de Khodorkovsky por fraude no dia 27 de abril.

Falando em uma entrevista à rádio Ekho Moskvy, Rice reiterou as acusações de que a Rússia tem um longo caminho a percorrer para desenvolver sua democracia, incluindo permitir o crescimento de uma imprensa independente e livre das pressões do Kremlin.

E apesar de ela manter suas críticas em tons diplomáticos, a secretária listou os poderes que Putin acumulou desde sua chegada ao Kremlin em 2000. "Tudo o que estamos dizendo é que para a relação dos EUA com a Rússia realmente se aprofundar e para a Rússia alcançar todo o seu potencial é preciso haver um desenvolvimento democrático", explicou.

"Não deveria haver tanta concentração de poder na Presidência, é preciso haver uma mídia independente... para que o povo russo possa debater e decidir junto sobre o futuro democrático da Rússia", afirmou ela em resposta a questões do público enviadas à rádio pela Internet.

A Rússia é considerada um laboratório para as promessas do presidente George W. Bush de tornar a democracia crucial para as relações bilaterais de Washington.

Rice, uma ex-especialista em assuntos soviéticos que pontuou sua entrevista com algumas expressões em russo, deve encontrar Putin ainda nesta quarta-feira, antes de seguir para a Lituânia.

A secretária procurou abrandar seus comentários dizendo que não quer que a Rússia seja isolada por preocupações com a democracia no país e que apoiaria seus esforços para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ativistas de defesa dos direitos civis reclamam que Washington tem sido muito tolerante em relação ao revés da democracia na Rússia, por temor de perder a cooperação de Putin para a prioridade máxima de Bush, a guerra ao terrorismo.

Eles acusam Putin de restringir a democracia ao abolir a eleição de governadores regionais, de tentar uma vingança pessoal contra a companhia petrolífera





Fonte: Reuters

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