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Nacional
Quarta - 20 de Abril de 2005 às 09:16

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Flagrante de trabalho escravo no Pará, o estado que lidera o ranking da exploração da mão-de-obra escrava no país.

Foram quase dois dias parados nos lamaçais da área rural de São Félix do Xingu, sul do Pará. Os fiscais só conseguiram chegar a primeira fazenda de avião. Mas os trabalhadores já tinham sido retirados. Eles encontraram armas escondidas no meio do mato e muita munição.

Uma nova denúncia levou os fiscais a outra fazenda. Desta vez, o obstáculo eram troncos de árvores. Uma moto serra ajudou a liberar a passagem. Os auditores conseguiram localizar a primeira frente de trabalho. Embrenhados no meio da mata, 90 pessoas vivendo em condições consideradas degradantes. Barracos de palha, de lona e redes estendidas, ao relento. Dum córrego, eles retiravam a água para beber e fazer comida. "Não tem água tratada, a água é das piores que tem".

Eles foram contratados sem registro na carteira para derrubar a floresta e abrir espaço para a criação de gado. Os trabalhadores recebiam adiantamentos com muitos descontos.

"Tem a continha do arroz, tem a continha do óleo, tem a continha do feijão, não tem nada sem desconto".

Assim que soube do flagrante, o fazendeiro Ailton Paula de Souza mandou o advogado providenciar dois ônibus para retirar os empregados. "Ele estava tratando de construir o alojamento, visto que estes trabalhadores foram para a fazenda até antecipadamente. A intenção era iniciar em maio".

O fazendeiro teve que providenciar 200 mil reais para pagar os direitos trabalhistas, como férias, décimo terceiro, multa, a todos os empregados. Vai ser indiciado pela polícia federal por exploração de trabalho escravo e vai ser processado pelo Ministério Público por dano moral.





Fonte: Nortão Já

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