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Internacional
Terça - 19 de Abril de 2005 às 23:00

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O Chile promove uma campanha agressiva para seu candidato a secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, enquanto o outro candidato, o chanceler do México, Luis Ernesto Derbez, assegura que ganhará a eleição em 2 de maio.

A OEA está imersa numa crise econômica e num período de incerteza desde a renúncia de seu ex-secretário-geral, o ex-presidente da Costa Rica Miguel Ángel Rodríguez, acusado em seu país de corrupção.

Esta nova eleição foi convocada em 11 de abril depois que Insulza e Derbez, por enquanto os dois únicos candidatos ao cargo, empataram por 17 a 17 em cinco votações consecutivas.

Tanto o chileno quanto o mexicano dizem que confiam em sua vitória, enquanto seus respectivos governos fazem intensas campanhas.

"Há campanhas com muita publicidade e outras que são diferentes", disse hoje à EFE o representante do México na OEA, Jorge Chen, sobre as gestões chilenas nos países das Américas a favor da candidatura de Insulza e o aparente "low profile" da campanha do candidato mexicano.

Chen ratificou hoje a candidatura de Derbez ao presidente da XXX Assembléia Geral de chanceleres do continente, o vice-presidente e chanceler do Panamá, Samuel Lewis, através da secretaria-geral da organização.

Insulza havia cumprido este requisito no fim de semana passado afirmando que "os resultados obtidos em 11 de abril (empate em cinco votações) refletem a vontade dos países-membros de revitalizar politicamente a OEA".

Além disso, disse que esses resultados mostram "a decisão de contar com uma organização regional mais relevante, eficiente e operacional".

Chile e México minimizaram hoje a importância da pretensão da Nicarágua de apresentar a candidatura de Ernesto Leal, ex-ministro de Relações Exteriores do país.

O presidente do Chile, Ricardo Lagos, chega hoje a Venezuela para se reunir com o presidente do país, Hugo Chávez, sobre assuntos bilaterais numa viagem que continuará pela Colômbia, com clara intenção de promover a candidatura de Insulza.

Derbez afirmou nesta segunda-feira em Honduras que assegurou o apoio de um número suficiente de países para ser eleito em 2 de maio.

Para ser eleito, um candidato precisa do voto de 18 dos 34 países da organização, exceto de Cuba, que está suspensa desde 1962.

"A disputa está novamente muito acirrada", informaram hoje à EFE fontes diplomáticas da OEA acrescentando que se a eleição não for decidida na próxima Assembléia Geral extraordinária de chanceleres, em 2 de maio, será convocada uma nova reunião.

Os Estados Unidos, que no início apoiaram Francisco Flores, ex-presidente de El Salvador - que retirou sua candidatura três dias antes da votação -, defende agora um candidato de consenso.

"Um candidato de consenso pode ser a solução" para o impasse, declarou o subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos Latino-Americanos, Roger Noriega.

Com as opções em aberto, nos meios diplomáticos da OEA são analisados como possíveis candidatos o chanceler peruano, Manuel Rodríguez Cuadros, e o ex-presidente do país, Valentín Paniagua.

Outro possível candidato é o o ex-presidente panamenho e atual representante de seu país na OEA, Aristides Royo.

Royo disse à EFE que não tem nenhuma intenção de concorrer à secretaria-geral.

O Panamá insistiu que o novo secretário-geral deve surgir de um consenso e seu governo se mostrou satisfeito porque os EUA concordam com este critério.

Um porta-voz do ministro de Relações Exteriores canadense, Pierre Pettigrew, chamou de "agradáveis" as notícias sobre seu possível papel como candidato de consenso para a secretaria-geral. Mas o Canadá mantém seu apoio a Derbez.





Fonte: EFE

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