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Internacional
Terça - 19 de Abril de 2005 às 17:44

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O primeiro-ministro indicado, o pró-sirio Najib Mikati, anunciou a formação de um novo executivo depois de seis semanas sem governo, o que abre caminho para a convocação de eleições que poderão acabar com a crise no Líbano.

Dentre os 15 novos ministros, nove deles são deputados da maioria parlamentar e seis opositores. O governo será "de unificação entre opositores e leais (ao governo)" e não de "rancor por ninguém", disse Mikati em suas primeiras declarações.

Trata-se de um "governo equilibrado para este período difícil e compreende membros de todas as partes", afirmou Mikati ao anunciar a composição do ministério, logo depois de comunicá-la ao presidente, Émile Lahoud, e ao chefe do Parlamento, Nabih Berri.

As primeiras reações da oposição foram positivas: "o novo governo tem algumas vantagens, foi formado rapidamente e não inclui nenhum candidato" às próximas eleições legislativas, disse à EFE o deputado Ghassan Moukhaiber.

O deputado se referia assim a uma das principais reivindicações da oposição: que o novo governo tivesse um caráter "neutro", sem nenhum candidato às eleições que, segundo a Constituição, devem ser realizadas até o fim de maio.

No mesmo tom de moderado otimismo manifestaram-se os deputados Mousbah al Ahdab e Ghattas Khoury, embora outros, como o general Michel Aun, exilado há anos na França, ou o druso Walid Jumblatt, mostraram-se decepcionados e puseram em dúvida o caráter reconciliador do governo.

"Ao formar o governo atuei como primeiro-ministro de todos os libaneses e meu objetivo foi salvar o Líbano", disse Mikati, que só levou três dias para apresentar sua lista ministerial e que anunciou para esta mesma tarde a primeira reunião do gabinete.

A oposição espera com expectativa a primeira declaração ministerial, principalmente sobre as investigações do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri. Este atentado, cometido em 14 de fevereiro, precipitou a crise no país.

A continuidade de Mahmoud Hammoud à frente do ministério do Exterior foi uma das mais criticadas pela oposição, pois ele foi acusado várias vezes de atrapalhar a comissão internacional que investiga o atentado contra Hariri.

No entanto, Hammoud disse hoje mesmo: "Prometo cooperar e facilitar a tarefa da comissão", desmentindo as alegações do ex-ministro da Justiça, Bahig Tabara, segundo quem Hammoud tentava "ocultar provas" sobre o atentado.

O opositor Moukhaiber preferiu elogiar o nome do ministro da Justiça, Khaled Kabani, a quem definiu como "um juiz íntegro, que terá o papel de coordenar a relação entre o governo e a comissão, e não o ministro do Exterior, que não pode decidir por si só sobre esta comissão".

Além de Hammoud, o novo gabinete envolve Elias Murr, nomeado vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, e Charles Rizk, titular de Informação e Turismo, ambos considerados próximos a Lahoud.

Entre os que conservaram seu cargo está o ministro da Saúde, Mohamad Jalife, enquanto o general reformado Hassan Saba ficará com o ministério do Interior e o Ministério da Educação irá para um homem próximo a Hariri, Ghassan Salame.

"É um governo que compreende elementos respeitáveis, mas esperamos ver se a declaração ministerial corresponde às promessas feitas", afirmou à EFE o deputado Mousbah al Ahdab.

O governo tem de elaborar com urgência uma lei eleitoral que permita a realização de eleições dentro do prazo previsto para maio próximo.





Fonte: EFE

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