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Cidades/Geral
Terça - 19 de Abril de 2005 às 17:04

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A Secretaria de Estado de Saúde (Ses) vem desencadeando ações de vigilância à saúde e intensificando a fiscalização na área de produção de alimentos, principalmente, na fabricação do palmito em Mato Grosso. A ação já resultou no fechamento de uma fábrica clandestina, que funcionava na área urbana de Tangará da Serra (250 Km de Cuiabá, Médio-Norte do Estado). Na fábrica, foram apreendidos 150 vidros de palmito.

Para reforçar a fiscalização em Tangará da Serra, uma equipe das Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária da Ses se deslocou até a cidade, onde irá continuar as investigações epidemiológicas. Além disso, todos os 16 Escritórios Regional de Saúde (ERS) do Estado foram notificados para fazer o rastreamento e, conseqüentemente, fechamento de fábricas, também chamadas de “palmiteiras”, que funcionam sem autorização da Saúde.

O coordenador da Vigilância Sanitária do Estado, Benedito Oscar Fernandes de Campos, explicou que no caso do estudante Thiago Ribeiro, 19 anos, morador de Tangará da Serra, não foi confirmado o botulismo. Até por que os exames laboratoriais que analisam a presença da bactéria Clostridium botulinum, causadora da doença, ainda não foram concluídos. Os resultados devem sair ainda nesta semana. “A evolução do estado de saúde do estudante é boa e se continuar assim deve receber alta nos próximos dias”, comentou.

Conforme Benedito Oscar, técnicos da Saúde foram até a casa do estudante e encontraram três vidros do palmito em conserva de produção duvidosa - sendo um aberto e dois fechados - comprados em uma feira da cidade. O vidro aberto foi encaminhado para o laboratório Adolfo Lutz, em São Paulo, onde será verificado se realmente o produto contém a bactéria, e os outros dois, enviados para o MT Laboratório, em Cuiabá, para análise físico-químico e microbiológico do produto. O resultado das duas análises deve sair ainda nesta semana.

Quanto ao caso de duas pessoas da mesma família que foram internadas no Rio Grande Sul (RS) com botulismo e foram encontradas na residência da família três marcas do produto procedentes da Bahia, Paraná e do município de Água Boa (736 Km de Cuiabá) em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Saúde, como medida cautelar, determinou aos técnicos do Escritório Regional de Saúde de Água Boa para que façam a coleta fiscal do palmito conservado na fábrica localizada na cidade até que se tenha resultado das análises laboratoriais realizadas nas amostras dos produtos apreendidos no Rio Grande do Sul. A Vigilância Sanitária Gaúcha determinou a apreensão preventiva das três marcas no Estado.

Mesmo com toda fiscalização, Benedito Oscar pede a colaboração da população para que denuncie a produção clandestina não só do palmito, mas de outros produtos em conserva. Ele explica que muitas vezes o produto é processado e embalado no meio do mato e sem qualquer condição de higiene oferecendo riscos à saúde do consumidor.

Além disso, o consumidor deve ficar atento para o produto que é levando para casa. É importante verificar a rotulagem, procedência e se o produto tem registro na Anvisa. “Não se deve consumir um produto sem rotulagem ou sem qualquer procedência”, alertou. Outros cuidados também devem ser tomados como: não comprar produtos com latas amassadas, enferrujadas ou estufadas.

O QUE É – O botulismo alimentar ocorre pela ingestão de toxinas presentes no alimento contaminado e mal conservado. Em contato com o organismo, compromete de forma irreversível o sistema nervoso. Os alimentos enlatados ou embalados a vácuo são os mais vulneráveis à bactéria, que só se desenvolve em ambientes sem oxigênio. Dentro da conserva, o microorganismo se modifica e produz a toxina. Latas, com aspecto inchado, contendo alimentos, podem indicar a presença da bactéria.

Os sintomas como aversão à luz, visão dupla com dilatação da pupila, paralisia respiratória, dificuldade para articular as palavras e vômitos, aparecem entre 12 e 30 horas após a contaminação.





Fonte: Ses-MT

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