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Agronegócios
Terça - 19 de Abril de 2005 às 13:54
Por: Fabíola Salvador

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Brasília, 19 - O vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil (BB), Ricardo Conceição, anunciou hoje, durante entrevista, que as agências do banco irão disponibilizar mais R$ 4 bilhões até junho deste ano, como forma de completar as liberações do ano safra 2004/05.

Ele informou que na safra atual houve mais interesse por recursos para apoio à comercialização. Isso porque os preços dos principais grãos recuaram no mercado internacional. "Houve necessidade de apoiar a comercialização de algodão, soja, milho, trigo e arroz. Mas as liberações para investimento não atingirão o esperado", afirmou.

Os técnicos do Banco do Brasil detalharam as medidas adotadas pela instituição para apoiar os produtores prejudicados pela estiagem. Eles calcularam que cerca de 200 mil pequenos agricultores já deram entrada no pedido para receber o seguro de safra, o Proagro. Desse total, 120 mil são do Rio Grande do Sul. "Esse número surpreendeu, mas como a seca se estendeu por longo período, houve natural aumento dos pedidos de pagamento do reembolso."

Conceição acrescentou que da carteira total do agronegócio do Banco do Brasil, R$ 2,5 bilhões serão prorrogados. Desse total, cerca de R$ 2 bilhões são prorrogações feitas pela instituição por conta da estiagem e outros R$ 500 milhões por problemas de dificuldades na comercialização. A carteira do banco é de R$ 34 bilhões para o agronegócio.

Ele citou o dado para ressaltar que não espera aumento do nível de inadimplência ou de impacto negativo das prorrogações no resultado do banco. O vice-presidente salientou que a expectativa é de que os níveis de inadimplência do setor rural continuarão baixos. Em 2002, a inadimplência era de 1,9%; em 2003, de 0,75%; em 2004, de 0,57%. "Se mantivermos os índices dos últimos três anos estará muito bom."

Conceição admitiu que o fato de R$ 2,5 bilhões em prorrogações não voltarem ao caixa do banco neste ano vão comprometer a oferta de crédito para safra 2005/06, que começa a ser cultivada em meados de outubro. "Os retornos não vão acontecer como esperávamos. A torcida é para que o governo encontre outros meios para disponibilizar recursos para a próxima safra. Menos dinheiro do que foi no ano passado seria muito ruim", afirmou.

Na safra atual, o governo estimou liberação de R$ 46,5 bilhões para o Sistema Nacional de Crédito Rural. Desse total, R$ 25,7 bilhões foram liberados pelo Banco do Brasil.





Fonte: Agência Estado

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