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Nacional
Terça - 19 de Abril de 2005 às 00:20
Por: Marcelo Godoy

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São Paulo - Pela primeira vez um grupo tão grande reuniu-se em frente à Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo. A Polícia Militar contou 4 mil pessoas, enquanto os organizadores diziam ser 8 mil, todos parentes de presos. O que fez toda essa gente lotar uma das pistas da Avenida São João, no centro da cidade, foi uma resolução feita pelo secretário Nagashi Furukawa limitando as visitas aos detentos nas 134 unidades de sua secretaria.

Para o secretário, o protesto foi causado por um mal-entendido com os diretores de prisões no Estado, mas tudo já foi esclarecido. Segundo Furukawa, as visitas, na verdade, foram limitadas, mas não cortadas em 50%, como diziam os manifestantes. Antes, os presos podiam receber dois parentes, tanto no sábado quanto no domingo. Depois da resolução, os presos entenderam que só poderiam receber uma visita por dia no fim de semana. Ou duas, no sábado e no domingo, desde que ficassem sem visita no fim de semana seguinte.

Mas, segundo o secretário, a resolução não determinava isso. Só as visitas de uma mesma pessoa é que foram restritas. Por exemplo, a mulher de um preso poderá visitá-lo no sábado e no domingo, mas no fim de semana seguinte só poderá encontrá-lo num dos dois dias, o que antes não ocorria. Fontes da secretaria afirmaram à reportagem que o objetivo da medida é reduzir o uso de visitas como pombos-correio. Os manifestantes, no entanto, acham que o governo recuou.

Presidente da União Paulista dos Advogados Penitenciários (Upape) e organizador do protesto, o advogado José Cláudio Bravos disse que ele estava sendo preparado havia três meses. As primeiras pessoas começaram a chegar às 9 horas. Elas eram esperadas por cerca de 150 policiais militares que criaram um cordão de isolamento em frente do prédio da secretaria. As famílias vieram de todo o Estado. "Não temos nenhuma ligação com criminosos ou com facções", afirmou.

Segundo Bravos, todos os gastos foram pagos com economias dos parentes de presos. Ele afirmou que 210 ônibus transportaram as famílias, mas nem todos conseguiram chegar à frente da secretaria. Vinte deles foram, disse o advogado, barrados pela PM, que alegava que a região estava lotada - a São João ficou fechada até 13 horas. "A partir de agora os presos não vão se rebelar mais. Vão fazer protestos como esse".




Fonte: Agência Estado

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