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Internacional
Segunda - 18 de Abril de 2005 às 13:33

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Altos funcionários da ONU e de instituições financeiras multilaterais disseram nesta segunda-feira que os países pobres devem mobilizar seus recursos internos para financiar o próprio desenvolvimento, passando a não depender exclusivamente da ajuda externa.

A declaração foi feita hoje, entre outros, pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, durante uma reunião do Conselho Econômico e Social (Ecosoc, na sigla em inglês). O encontro reúne o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).

A reunião - que acontece anualmente no dia seguinte à chamada reunião "de primavera" do BM e do FMI - esteve centrada este ano num debate sobre como impulsionar as Metas do Milênio da ONU e conseguir os recursos necessários para alcançá-los.

A ONU insistiu especialmente na Meta relacionada à pobreza, que, segundo o estabelecido em 2000, tem o objetivo de reduzir à metade, em quinze anos, o número de pessoas que vivem com menos de um dólar ao dia.

A reunião de hoje insistiu que, apesar de que os países doadores devem continuar prestando seu apoio, as nações em vias de desenvolvimento devem elaborar suas estratégias e mobilizar seus próprios recursos.

"Os países em vias de desenvolvimento devem se comprometer, por si mesmos, a elaborar suas estratégias nacionais de maneira acertada, transparente e responsável, com o objetivo de mobilizar os recursos necessários para lutar contra a pobreza", disse Annan.

Além do secretário-geral, o presidente do Comitê de Desenvolvimento do Banco Mundial e ministro das Finanças da África do Sul, Trevor Manuel, pediu que os países pobres realizem as reformas políticas e econômicas necessárias para intensificar o crescimento.

Especificamente, Manuel citou a necessidade de melhorar a estabilidade macroeconômica, fortalecer a gestão do setor financeiro público, promover as práticas de bom governo na administração e combater a corrupção.

O representante do Banco Mundial também pediu que os países promovam o Estado de Direito, promovam os mercados financeiros locais e melhorem o clima empresarial - com objeto de se tornarem mais atrativos para o investimento estrangeiro.

Tudo isso permitirá ao setor privado liderar e promover o crescimento econômico nesses países, sem depender tanto da ajuda externa.

Manuel advertiu que existe uma certa preocupação nos organismos internacionais pelo fato de que muitos países, especialmente na África subsaariana, não estejam avançando no cumprimento das Metas do Milênio.

Os países desenvolvidos também têm suas responsabilidades, da mesma forma que as instituições financeiras internacionais, que devem encontrar uma maneira de apoiar os esforços dos mais pobres em alcançar um crescimento econômico sustentável.

Em relação a essas responsabilidade, o secretário-geral da ONU pediu que os países doadores cumpram o objetivo de doar 0,7% de seu PIB (toda a riqueza produzida por um país ao longo do ano) para ajudar o desenvolvimento. Além disso, Annan pediu o perdão da dívida dos países pobres e a busca de novas fontes de financiamento.

"E, não menos importante, é a necessidade de completar a Rodada de Doha no ano que vem, com a promessa de se concentrar no desenvolvimento, na eliminação de tarifas e na abertura dos mercados para os países exportadores em desenvolvimento", lembrou Annan.

A reunião de hoje é um passo a mais na estratégia da ONU para impulsionar as Metas do Milênio, após cinco anos de sua aprovação.

Nos próximos meses, serão celebrados outros importantes encontros, para avaliar os avanços alcançados e os desafios pendentes. Esses encontros serão encerrados por uma cúpula de chefes de Estado, em setembro próximo.





Fonte: EFE

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