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Índia e Paquistão consideram paz "irreversível"
Declarando seu processo de paz irreversível, os rivais nucleares Índia e Paquistão acertaram nesta segunda-feira abrir a fronteira militarizada que divide a Caxemira. A medida marca o final de uma visita a Nova Délhi do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.
Musharraf e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, disseram que trabalhariam em busca de uma "fronteira abrandada" na Caxemira, abrindo pontos de encontro para famílias divididas e promovendo o comércio, o turismo e a cooperação.
Singh, que leu um comunicado conjunto, afirmou que os dois "conscientes da oportunidade histórica criada pelo aprimoramento das relações e pelo forte desejo dos povos dos dois países por uma paz duradoura..., determinaram que o processo de paz é agora irreversível".
Mas, embora o acordo tenha sido um avanço, não houve, como esperado, grandes progressos rumo a uma solução final para a Caxemira.
"Isso é o que eu chamo de progredir para uma fronteira abrandada", disse Musharraf antes da entrevista. "Mas uma fronteira abrandada não é uma solução final."
O comunicado conjunto disse que o terrorismo não poderá tirar dos trilhos os esforços de paz e claramente alertou os separatistas islâmicos que combatem o governo indiano de que nenhum lado tolerará ataques em um recém lançado serviço de ônibus unindo a dividida região nos Himalaias.
Os dois líderes concordaram em aumentar os serviços de ônibus através da linha de cessar-fogo e abrir para a passagem de caminhões e peregrinos a fronteira cercada e fortemente policiada.
"Creio que o resultado foi melhor do que eu esperava", declarou Musharraf.
Os dois não responderam questões após Singh ler o comunicado.
Alguns analistas indianos acreditam que o abrandamento da linha de cessar-fogo pode eventualmente levar ao estabelecimento de uma nova fronteira para encerrar a disputa, apesar de o Paquistão rejeitar esta opção.
DIPLOMACIA DO CRÍQUETE
A visita de três dias de Musharraf, nascido em Délhi, foi originalmente prevista como uma viagem informal para assistir o Paquistão enfrentar a Índia no críquete — o Paquistão venceu no domingo —, mas se transformou em uma cúpula com Singh, nascido por sua vez no que hoje é o Paquistão.
Os analistas saudaram as negociações, quatro anos após Musharraf deixar uma reunião fracassada na cidade de Agra.
"Eu estava cautelosamente otimista sobre o processo de paz. Agora, estou otimista", disse Uday Bashkar, do Instituto de Estudos de Defesa e Análises de Nova Délhi. "O espírito dessa rodada de negociações, tal como refletido no comunicado conjunto, mostrou que nenhum lado está tentando levar vantagem, mas está atento às preocupações do outro."
Dezenas de milhares de pessoas, muitas das quais civis, morreram nos 15 anos de rebelião islâmica contra o governo da Índia na Caxemira.
Os gigantes militares do sul da Ásia disputaram três guerras desde a partilha da Índia pelo império britânico, em 1947,que dividiu a Caxemira em duas.
(Com reportagem de Tahir Ikram e Robert Birsel em Islamabad)
Musharraf e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, disseram que trabalhariam em busca de uma "fronteira abrandada" na Caxemira, abrindo pontos de encontro para famílias divididas e promovendo o comércio, o turismo e a cooperação.
Singh, que leu um comunicado conjunto, afirmou que os dois "conscientes da oportunidade histórica criada pelo aprimoramento das relações e pelo forte desejo dos povos dos dois países por uma paz duradoura..., determinaram que o processo de paz é agora irreversível".
Mas, embora o acordo tenha sido um avanço, não houve, como esperado, grandes progressos rumo a uma solução final para a Caxemira.
"Isso é o que eu chamo de progredir para uma fronteira abrandada", disse Musharraf antes da entrevista. "Mas uma fronteira abrandada não é uma solução final."
O comunicado conjunto disse que o terrorismo não poderá tirar dos trilhos os esforços de paz e claramente alertou os separatistas islâmicos que combatem o governo indiano de que nenhum lado tolerará ataques em um recém lançado serviço de ônibus unindo a dividida região nos Himalaias.
Os dois líderes concordaram em aumentar os serviços de ônibus através da linha de cessar-fogo e abrir para a passagem de caminhões e peregrinos a fronteira cercada e fortemente policiada.
"Creio que o resultado foi melhor do que eu esperava", declarou Musharraf.
Os dois não responderam questões após Singh ler o comunicado.
Alguns analistas indianos acreditam que o abrandamento da linha de cessar-fogo pode eventualmente levar ao estabelecimento de uma nova fronteira para encerrar a disputa, apesar de o Paquistão rejeitar esta opção.
DIPLOMACIA DO CRÍQUETE
A visita de três dias de Musharraf, nascido em Délhi, foi originalmente prevista como uma viagem informal para assistir o Paquistão enfrentar a Índia no críquete — o Paquistão venceu no domingo —, mas se transformou em uma cúpula com Singh, nascido por sua vez no que hoje é o Paquistão.
Os analistas saudaram as negociações, quatro anos após Musharraf deixar uma reunião fracassada na cidade de Agra.
"Eu estava cautelosamente otimista sobre o processo de paz. Agora, estou otimista", disse Uday Bashkar, do Instituto de Estudos de Defesa e Análises de Nova Délhi. "O espírito dessa rodada de negociações, tal como refletido no comunicado conjunto, mostrou que nenhum lado está tentando levar vantagem, mas está atento às preocupações do outro."
Dezenas de milhares de pessoas, muitas das quais civis, morreram nos 15 anos de rebelião islâmica contra o governo da Índia na Caxemira.
Os gigantes militares do sul da Ásia disputaram três guerras desde a partilha da Índia pelo império britânico, em 1947,que dividiu a Caxemira em duas.
(Com reportagem de Tahir Ikram e Robert Birsel em Islamabad)
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/345629/visualizar/
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