Jucá encaminha hoje sua defesa ao Ministério Público

O ministro da Previdência Social, Romero Jucá, deve encaminhar nesta segunda-feira à PGR (Procuradoria Geral da República), suas explicações sobre as denúncias de que teria cometido fraude para receber empréstimo do Basa (Banco da Amazônia).

As explicações foram pedidas pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, que deu prazo de 20 dias para que Jucá apresentasse sua defesa. Jucá está sob investigação devido às denúncias de que teria, juntamente com um sócio, dado como garantias para o empréstimo junto ao Basa, sete fazendas inexistentes.

Ao se defender das acusações, Romero Jucá afirmou que as denúncias são requentadas e que apresentará hoje os documentos que comprovam sua inocência. Para agravar a situação do ministro da Previdência, ele também está sendo investigado pela Justiça Eleitoral.

Na última quarta-feira, três ex-funcionárias da Prefeitura de Boa Vista (RR) confirmaram em depoimento à Justiça Eleitoral de Roraima que um esquema foi montado na prefeitura para comprar votos e usar funcionários públicos na campanha de 2002, com o objetivo de beneficiar Romero Jucá.

O Ministério Público já representou contra Jucá e sete políticos, sob acusação de abuso do poder econômico. A pena prevista é a cassação do mandato. Jucá tem sido alvo de uma série de denúncias desde que foi indicado para o Ministério da Previdência, há aproximadamente um mês.

A sua saída do governo tem sido cogitada. Senadores da oposição e até mesmo colegas de partido, como o senador Pedro Simon (PMDB-RS), acham que o ministro deveria deixar o governo.

Caso isto venha a acontecer, a situação de Romero Jucá não vai melhorar. A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) já anunciou que encaminhará o processo de investigação das denúncias contra o ministro para o Conselho de Ética do Senado, assim que Jucá reassumir seu mandato.

"Eu não estou convencida da culpa dele. Espero que ele explique. Os fatos dos jornais nos obrigam a pedir uma investigação", afirmou. A senadora disse que esperará um possível retorno de Jucá para que o relator de seu pedido não use de argumentos regimentais para engavetar a investigação. "Só não entrei agora para evitar a esperteza do relator de arquivar a denúncia porque o Jucá não está no exercício do mandato."