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Internacional
Segunda - 18 de Abril de 2005 às 06:16

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São Paulo - Assim que se reunirem em conclave, na próxima segunda-feira, os 115 cardeais com direito a voto na eleição do novo papa estarão presos a um ritual composto de orações, fórmulas e juramentos em latim, com início no Extra omnes ("todos, fora", que marca o isolamento dos cardeais em conclave) até o Habemus papam ("temos papa", o anúncio oficial de que um Santo Padre foi eleito). A própria aceitação do posto de sumo pontífice pelo escolhido cumpre um protocolo estrito. Conheça, abaixo, o ritual da escolha do papa, chamado em latim de Ordo rituum conclavis, ou ordem do ritual do conclave:

Missa pro eligendo romano pontifice - É a missa celebrada antes de os cardeais se reunirem em conclave para escolher o novo papa. Desta vez, acontecerá às 10h00 horas (05h00 de Brasília) de 18 de abril, na Basílica de São Pedro. Será aberta a todos os fiéis. O conclave começa à tarde e os cardeais eleitores irão se reunir em uma sala próxima à Capela Sistina, na Sala das Bênçãos.

O cardeal presidente lembra que os eleitores estão lá para escolher o Sumo Pontífice e, em procissão e em súplicas, todos entram na Capela Sistina. Concluídas as súplicas e uma vez ocupados os lugares, os eleitores cantam o Veni Creator Spiritus, hino de invocação ao Espírito Santo.

Em seguida, acontece o juramento dos cardeais:

De Iure Iurando - O juramento: Nos omnes et singuli in hac electione Summi Pontificis versantes Cardinales electores promittimus, vovemus et iuramus inviolate et ad unguem Nos esse fideliter et diligenter observaturos omnia, quae continentur in Constitutione Apostolica Summi Pontificis Ioannis Pauli II, quae a verbis "Universi Dominici Gregis" incipit, data die XXII mensis Februarii anno MCMXCVI

Itero promittimus, vovemus et iuramus, quicumque nostrum, Deo sic disponente, Romanus Pontifex erit electus, eum munus Petrinum Pastoris Ecclesiae universae fideliter exsecuturum esse atque spiritualia et temporalia iura libertatemque Sanctae Sedis integre ac strenue asserere atque tueri numquam esse destiturum.

Praecipue autem promittimus et iuramus Nos religiosissime et quoad cunctos, sive clericos sive laicos, secretum esse servaturos de iis omnibus, quae ad electionem Romani Pontificis quomodolibet pertinent, et de iis, quae in loco electionis aguntur, scrutinium directe vel indirecte respicientibus; neque idem secretum quoquo modo violaturos sive perdurante novi Pontificis electione, sive etiam post, nisi expressa facultas ab eodem futuro Pontifice tributa sit; itemque nulli consensioni, dissensioni, aliique cuilibet intercessioni, quibus auctoritates saeculares cuiusvis ordinis et gradus, vel quivis hominum coetus vel personae singulae voluerint sese Pontificis electioni immiscere, auxilium vel favorem praestauros.

(Nós, os cardeais eleitores presentes nesta eleição do Sumo Pontífice, prometemos, obrigamo-nos e juramos observar fiel e escrupulosamente todas as prescrições contidas na Constituição Apostólica do Sumo Pontífice João Paulo II Universi Dominici Gregis, surgida em 22 de fevereiro de 1996.

De igual modo, prometemos, obrigamo-nos e juramos que quem quer de nós que, por divina disposição, for eleito Romano Pontífice, se comprometerá a desempenhar fielmente o Munus Petrinum de Pastor da Igreja Universal e não cessará de afirmar e defender à exaustão os direitos espirituais e temporais, assim como a liberdade da Santa Sé.

Sobretudo, prometemos e juramos observar, com a máxima fidelidade e com todos, tanto clérigos como leigos, o segredo acerca de tudo aquilo que, de algum modo, disser respeito à eleição do Romano Pontífice e sobre aquilo que ocorrer no lugar da eleição e se referir direta ou indiretamente à apuração; não violar, de modo algum, este segredo, quer durante quer depois da eleição do novo Pontífice, a não ser que para tal seja concedida explícita autorização do próprio Pontífice; nunca apoiar ou favorecer qualquer interferência, oposição ou outra forma qualquer de intervenção, pelas quais autoridades seculares de qualquer ordem e grau, ou qualquer gênero de pessoas, em grupo ou individualmente, queiram interferir na eleição do Romano Pontífice).

Depois, cada um dos cardeais faz o seguinte juramento:

Et ego ...Cardinalis ... spondeo, voveo ac iuro (E eu, ... cardeal ... prometo, obrigo-me e juro).

E pondo as mãos no Evangelho acrescenta:

sic me Deus adiuvet et haec Sancta Dei Evangelia quae manu mea tango (Que Deus e este Santo Evangelho que toco com minha mão me ajudem).

Quando o último dos cardeais eleitores prestar o juramento, o Mestre de Cerimônias Litúrgicas Pontifícias diz Extra omnes e todos os que não participam do Conclave saem da Capela Sistina.

De electione Romano Pontificis - (Da eleição do Romano Pontífice). Juramento dos cardeais quando se aproximam da urna para depositar seu voto: Testor Christuum Dominum, qui me iudicaturus est, me eum eligere, quiam secundum Deum iudico eligi debere (Invoco Cristo Senhor como testemunha, o qual há de me julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo que tem que ser eleito). De acceptatione et proclamatione electi Romani Pontificis - (Da aceitação e proclamação do Romano Pontífice eleito). Uma vez produzida a eleição canônica, o último dos cardeais diáconos chama à Capela Sistina o Secretário do Colégio Cardinalício, o Mestre de Celebrações Litúrgicas e dois cerimoniários.

O cardeal Decano, em nome de todos os eleitores, pede a concordância do eleito com a seguinte frase: Acceptasne electionem de te canonice factam in Summum Pontificem? (Aceitas tua eleição canônica para Sumo Pontífice?).

Uma vez dada a resposta afirmativa, o Decano pergunta: Quo nomine vis vocari? (Por qual nome queres ser chamado?).

O Sumo Pontífice responde: Vocabor... (Serei chamado...)

De sollemni nuntio electi Romani Pontificis atque de eius prima benedictione "Urbi et Orbi" - (O anúncio solene da eleição do Sumo Pontífice e sua primeira bênção Urbi et Orbi). O primeiro cardeal dos diáconos (o protodiácono) vai à Sala das Bênçãos da Basílica de São Pedro e anuncia ao povo a eleição do novo Pontífice com estas palavras:

Annuntio vobis gaudium magnum; habemus papam: Eminentissimun ac Reverendissimum Dominum, Dominum ... Sanctae Romanae Ecclesiae cardinalem ... qui sibi nomen imposuit ... (Anuncio uma grande alegria; temos um papa: o eminentíssimo e reverendíssimo senhor ... cardeal da Santa Igreja Romana..., que escolheu como nome ...). Depois, o novo papa pronuncia suas primeiras palavras aos fiéis e dá a bênção Urbi et Orbi, à cidade de Roma e a todo o mundo.




Fonte: EFE

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