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Incêndio expõe situação precária dos imigrantes em Paris
O incêndio que arrasou um hotel de Paris ontem, sexta-feira, e causou a morte de 21 pessoas, entre elas dez crianças, abriu um debate na França sobre o estado precário em que vivem mas de 8 mil imigrantes à espera de vaga nos alojamentos do governo.
Com capacidade para 61 hóspedes, o modesto hotel "Paris Opéra" tinha em seus 32 quartos 79 pessoas, a maioria imigrantes, 65 instaladas pelo governo da França e 14 pela prefeitura de Paris.
Segundo a polícia parisiense, que não revelou a identidade das vítimas, as 11 feridos graves e 42 leves do incêndio pertencem a dez nacionalidades: francesa, senegalesa, portuguesa, marfinense, americana, canadense, ucraniana, tunisiana, argelina e sérvia.
Segundo uma hipóteses ainda não confirmada, o fogo partiu de um microondas situado no quarto em que era feito o café da manhã, no primeiro andar, e de lá alastrou-se para os cinco andares superiores pela estreita escada, que rodeava o elevador.
Essa era a única saída do hotel. Por isso, muitas vítimas pularam das janelas. Outras foram alcançadas pelas chamas.
A Procuradoria de Paris abriu inquérito para apurar o crime de "homicídios involuntários".
Numa inspeção das normas de segurança feita em 24 de março, o hotel foi aprovado sem maiores problemas.
Os inspetores haviam recomendado apenas algumas melhorias, como a revisão da instalação elétrica e a adaptação da saída de gás, além da colocação nos quartos de orientações sobre para onde seguir em caso de incêndio.
Esta catástrofe, considerada como o incêndio mortal mais grave dos últimos 32 anos em Paris, revelou a existência de um mercado lucrativo para certos antigos hotéis turísticos, sem nenhum conforto e muitas vezes insalubres.
O "Paris Opéra" faz parte dessa rede de mais de 250 hotéis aos que os serviços sociais recorrem cada vez mais para atenuar a falta de alojamento de urgência em Paris.
Mais de 8 mil estrangeiros, entre adultos e crianças, estavam instalados em hotéis desse tipo na região de Paris em junho de 2004, segundo um relatório da prefeitura.
O grande aumento do número de pedidos de asilo nos últimos anos (passaram de 27.500 em 1998 para 90 mil em 2003) esgotou a capacidade de atendimento aos imigrantes. Mais da metade dos que chegam à França concentram-se na região parisiense.
O serviço social do governo francês destina cerca de 60% de seu orçamento para o pagamento de diárias de hotel. Para 2005, já foram reservados no orçamento 24,75 milhões de euros para isso, mas a diretora Stefania Parigi diz que esse valor ainda é insuficiente.
Em 2004, mais mil adultos e 1.500 crianças, que foram expulsas por falta de pagamento ou ficaram sem alojamento, foram instaladas pelo serviço social de Paris em hotéis a cargo do orçamento de ajuda à infância (ASSE), o que representou um gasto de mais 9,5 milhões de euros.
Quem lucra com esta situação são os proprietários de certos estabelecimentos hoteleiros, que têm assegurada uma excelente rentabilidade por longos períodos de tempo.
Algumas famílias permanecem durante meses e até anos e para os hotéis o risco de falta de pagamento é quase mínimo.
Estes hotéis, de construção geralmente antiga e que se caracterizam por sua simplicidade, pela falta de manutenção e até de limpeza, cobram diárias de 15 a 20 euros por pessoa, inclusive crianças.
É uma fonte de renda muito lucrativa, já que normalmente a taxa de ocupação dos quartos costuma ser muito elevada, pois tratam-se de famílias inteiras.
Segundo a Associação de Direito ao Alojamento, um quarto para uma família pode custar entre 950 e 1.500 euros mensais.
Este preço é absurdo se comparado ao de um alojamento social. Mas o problema é que há 10 mil pedidos de vaga para esses alojamntos em Paris, segundo a prefeitura.
Segundo a polícia parisiense, que não revelou a identidade das vítimas, as 11 feridos graves e 42 leves do incêndio pertencem a dez nacionalidades: francesa, senegalesa, portuguesa, marfinense, americana, canadense, ucraniana, tunisiana, argelina e sérvia.
Segundo uma hipóteses ainda não confirmada, o fogo partiu de um microondas situado no quarto em que era feito o café da manhã, no primeiro andar, e de lá alastrou-se para os cinco andares superiores pela estreita escada, que rodeava o elevador.
Essa era a única saída do hotel. Por isso, muitas vítimas pularam das janelas. Outras foram alcançadas pelas chamas.
A Procuradoria de Paris abriu inquérito para apurar o crime de "homicídios involuntários".
Numa inspeção das normas de segurança feita em 24 de março, o hotel foi aprovado sem maiores problemas.
Os inspetores haviam recomendado apenas algumas melhorias, como a revisão da instalação elétrica e a adaptação da saída de gás, além da colocação nos quartos de orientações sobre para onde seguir em caso de incêndio.
Esta catástrofe, considerada como o incêndio mortal mais grave dos últimos 32 anos em Paris, revelou a existência de um mercado lucrativo para certos antigos hotéis turísticos, sem nenhum conforto e muitas vezes insalubres.
O "Paris Opéra" faz parte dessa rede de mais de 250 hotéis aos que os serviços sociais recorrem cada vez mais para atenuar a falta de alojamento de urgência em Paris.
Mais de 8 mil estrangeiros, entre adultos e crianças, estavam instalados em hotéis desse tipo na região de Paris em junho de 2004, segundo um relatório da prefeitura.
O grande aumento do número de pedidos de asilo nos últimos anos (passaram de 27.500 em 1998 para 90 mil em 2003) esgotou a capacidade de atendimento aos imigrantes. Mais da metade dos que chegam à França concentram-se na região parisiense.
O serviço social do governo francês destina cerca de 60% de seu orçamento para o pagamento de diárias de hotel. Para 2005, já foram reservados no orçamento 24,75 milhões de euros para isso, mas a diretora Stefania Parigi diz que esse valor ainda é insuficiente.
Em 2004, mais mil adultos e 1.500 crianças, que foram expulsas por falta de pagamento ou ficaram sem alojamento, foram instaladas pelo serviço social de Paris em hotéis a cargo do orçamento de ajuda à infância (ASSE), o que representou um gasto de mais 9,5 milhões de euros.
Quem lucra com esta situação são os proprietários de certos estabelecimentos hoteleiros, que têm assegurada uma excelente rentabilidade por longos períodos de tempo.
Algumas famílias permanecem durante meses e até anos e para os hotéis o risco de falta de pagamento é quase mínimo.
Estes hotéis, de construção geralmente antiga e que se caracterizam por sua simplicidade, pela falta de manutenção e até de limpeza, cobram diárias de 15 a 20 euros por pessoa, inclusive crianças.
É uma fonte de renda muito lucrativa, já que normalmente a taxa de ocupação dos quartos costuma ser muito elevada, pois tratam-se de famílias inteiras.
Segundo a Associação de Direito ao Alojamento, um quarto para uma família pode custar entre 950 e 1.500 euros mensais.
Este preço é absurdo se comparado ao de um alojamento social. Mas o problema é que há 10 mil pedidos de vaga para esses alojamntos em Paris, segundo a prefeitura.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/345928/visualizar/
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