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Internacional
Sábado - 16 de Abril de 2005 às 19:55

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A Capela Sistina já está pronta para que, a partir de segunda-feira, os 115 cardeais procedentes de todo o mundo elejam o novo papa, embora ainda alguns celulares continuem funcionando e não tenha sido concluída a "limpeza eletrônica" para assegurar o sigilo do Conclave.

O Vaticano permitiu neste sábado que alguns representantes da imprensa internacional visitassem o local em que será eleito o 265º papa da história da Igreja Na Capela Sistina só faltam os cardeais. Já foram colocadas as mesas, o atril com o Evangelho onde os purpurados prestarão juramento, a mesa onde serão recolhidos os votos e a lareira que será usada para queimar as cédulas e por cuja chaminé sairá a "fumaça branca" que anunciará ao mundo que há um novo papa.

São 12 mesas, seis de cada lado e em duas filas de três. Elas foram colocadas diante dos cortinados simulados nas paredes laterais e sob os afrescos do século XV que decoram estas mesmas paredes, obras de Pietro Perugino, Sandro Botticelli, Dómenico Ghirlandaio, Cosimo Rosselli e Luca Signorelli.

As mesas estão cobertas por um tecido vermelho escuro e uma toalha de cor bege. Cada mesa será ocupada por nove ou onze cardeais.

No meio da capela e sob a famosa "Criação", de Michelangelo, foi colocada uma mesa com um atril, sobre o qual foi colocado o Evangelho.

Diante do altar-mor e do "Juízo Final" de Michelangelo, foi colocada a mesa onde os votos serão depositados. À esquerda está a sacristia onde o novo papa se vestirá.

O solo da capela foi coberto com carpete bege.

A lareira onde as cédulas serão queimadas e da qual sairá a "fumaça branca" é a mesma que vem sendo utilizada desde o Conclave de 1939, quando Pio XII foi eleito papa, e foi colocada na parte posterior da capela.

A lareira é de ferro, de um metro de altura e 45 centímetros de diâmetro. Tem uma porta inferior onde se acende o fogo e uma superior onde serão colocadas as cédulas para queimar.

Na tampa superior estão escritos os anos e meses dos Conclaves celebrados desde então: 1939/III, eleição de Pio XII; 1958/X, eleição de João XXIII; 1963/VI, eleição de Paulo VI; 1978/VIII, eleição de João Paulo I; e 1978/X, eleição de João Paulo II.

A fumaça preta, a que indica que o papa ainda não foi escolhido, será obtida a partir da queima das cédulas, enquanto a "fumaça branca" surgirá da queima das cédulas junto com palha úmida.

Pela primeira vez se uniu à lareira uma lareira auxiliar que permitirá, graças a um mecanismo eletrônico, aumentar a visibilidade da fumaça.

A chaminé é nova, de cobre, mede cerca de 15 metros de altura e, através de uma janela da Capela Sistina, chega até o telhado.

Os cardeais chegarão à Capela vindo da Sala das Bênçãos e depois de atravessar a monumental Sala Régia.

Para garantir o caráter secreto do Conclave, especialistas da Gendarmaria Vaticana já fizeram rigorosas revistas para que não sejam instalados meios audiovisuais de gravação e transmissão externa na capela, de acordo com as normas do Vaticano.

Pouco antes do começo do Conclave será feita a "limpeza eletrônica", para que os cardeais fiquem incomunicáveis.

A Capela Sistina, que João Paulo II chamou de "santuário da teologia do corpo humano", mede 40,23 metros de comprimento e 13,41 metros de largura e corresponde à antiga Capela Palatina do Palácio Pontifício, supostamente erguida em 1368.

A decoração foi feita em quatro fases. Na primeira, sob o pontificado de Sisto IV, foram feitos os cortinados simulados e os afrescos de Botticelli, Signorile e outros artistas, entre 1481 e 1482.

A segunda fase é do pontificado de Júlio II (1503-1513), que encomendou novos frescos a Michelangelo.

O artista criou, para a abóbada, a história da Criação em cinco cenas e a vida de Noé em três. Também pintou os profetas, as sibilas e outros episódios bíblicos.

A terceira fase se deu no pontificado de Clemente VII (1523-1534) e de Paulo II. Michelangelo também pintou a parede frontal onde está o altar-mor, sobre a qual criou o "Juízo Final".

A última fase de pintura foi durante os papados de Pio V (1566-1572) e Gregorio XIII (1572-1585), quando foram pintados os afrescos da parede da entrada, "A disputa pelo corpo de Moisés" e a "Ressurreição de Cristo", pintura que ficou danificada depois do desabamento da porta em 1522.





Fonte: EFE

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