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Opus Dei deve manter influência no novo papado
Quando o mundo estiver atento ao sinal de fumaça do Vaticano a partir de segunda-feira, algumas instituições estarão na expectativa de saber o grau de influência que manterão no novo papado. Uma das mais importantes é a Opus Dei.
O setor mais importante do grupo está na alta cúpula do Vaticano. O porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, e os cardeais Julián Herranz e Juan Luis Cipriani (arcebispo de Lima) estarão entre os eleitores do conclave.
Sem contar centenas de secretários e juízes eclesiásticos do Vaticano que também são filiados. Tal foi a relação do Opus Dei com o papa João Paulo 2º que, além de o criador da organização ter virado santo, outros sete sócios estão em processo de beatificação, passo prévio à canonização.
Até críticos, como o catedrático em teologia da Universidade Carlos 3º de Madri, Juan José Tamayo, acreditam que a corrente deve manter pelo menos uma boa parcela do poder que tinha sob João Paulo 2º.
"Pela lógica de correlação de forças do atual grupo de cardeais eleitores, haverá continuidade em tudo: no reforço da autoridade do papa, na repressão em questão moral, no controle da liberdade e na perseguição dos teólogos", afirmou Tamayo.
Sintonia espiritual
Para Tamayo, que é a maior autoridade espanhola sobre Teologia da Libertação, o pontificado de João Paulo 2º foi marcado por uma política moralista.
Na sua opinião, o pontificado de João Paulo 2º foi "um dos mais retrógrados do século 20", principalmente por estar rodeado por grupos como o Opus Dei.
"O papa precisou de uma série de movimentos eclesiásticos que o ajudaram a divulgar seu processo conservador pelo mundo. E esses movimentos foram até mais conservadores do que ele. Tudo para levar essa mensagem e atrair os jovens a uma mentalidade muito tradicional", disse Tamayo.
Os seguidores da Opus Dei, porém, sustentam que se trata do grupo em maior sintonia com João Paulo 2º por ideologia espiritual.
"O Papa João Paulo 2º colocou como questão programática do pontificado dele levar sua doutrina até as últimas consequências. E nisso coincide com a Opus Dei. Precisamente um dos núcleos da instituição é a chamada à santidade, ou seja, viver com a intenção de ser santo", disse a advogada e integrante da Opus Dei Paloma Roca. Ela foi recebida quatro vezes pelo falecido pontífice.
Obra de Deus
"Aplicar o termo conservador não é muito exato porque a função da Igreja é exatamente conservar a mensagem de Jesus Cristo. Então, nesse sentido, todos os católicos têm que ser conservadores. Quem acha isso retrógrado está, na verdade, usando parâmetros humanos para resolver assuntos divinos", disse Paloma Roca.
Para a escolha do futuro papa, a representante da Opus Dei confia na "inspiração do Espírito Santo e que o novo pontífice será o melhor para a Igreja".
Opus Dei vem do latim: Obra de Deus. Uma organização criada em 1928 pelo sacerdote espanhol Josemaría Escrivá, canonizado em 2002.
O grupo foi apoiado pelo ditador Francisco Franco e atualmente conta com 80 mil filiados em 80 países, inclusive no Brasil.
O setor mais importante do grupo está na alta cúpula do Vaticano. O porta-voz da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, e os cardeais Julián Herranz e Juan Luis Cipriani (arcebispo de Lima) estarão entre os eleitores do conclave.
Sem contar centenas de secretários e juízes eclesiásticos do Vaticano que também são filiados. Tal foi a relação do Opus Dei com o papa João Paulo 2º que, além de o criador da organização ter virado santo, outros sete sócios estão em processo de beatificação, passo prévio à canonização.
Até críticos, como o catedrático em teologia da Universidade Carlos 3º de Madri, Juan José Tamayo, acreditam que a corrente deve manter pelo menos uma boa parcela do poder que tinha sob João Paulo 2º.
"Pela lógica de correlação de forças do atual grupo de cardeais eleitores, haverá continuidade em tudo: no reforço da autoridade do papa, na repressão em questão moral, no controle da liberdade e na perseguição dos teólogos", afirmou Tamayo.
Sintonia espiritual
Para Tamayo, que é a maior autoridade espanhola sobre Teologia da Libertação, o pontificado de João Paulo 2º foi marcado por uma política moralista.
Na sua opinião, o pontificado de João Paulo 2º foi "um dos mais retrógrados do século 20", principalmente por estar rodeado por grupos como o Opus Dei.
"O papa precisou de uma série de movimentos eclesiásticos que o ajudaram a divulgar seu processo conservador pelo mundo. E esses movimentos foram até mais conservadores do que ele. Tudo para levar essa mensagem e atrair os jovens a uma mentalidade muito tradicional", disse Tamayo.
Os seguidores da Opus Dei, porém, sustentam que se trata do grupo em maior sintonia com João Paulo 2º por ideologia espiritual.
"O Papa João Paulo 2º colocou como questão programática do pontificado dele levar sua doutrina até as últimas consequências. E nisso coincide com a Opus Dei. Precisamente um dos núcleos da instituição é a chamada à santidade, ou seja, viver com a intenção de ser santo", disse a advogada e integrante da Opus Dei Paloma Roca. Ela foi recebida quatro vezes pelo falecido pontífice.
Obra de Deus
"Aplicar o termo conservador não é muito exato porque a função da Igreja é exatamente conservar a mensagem de Jesus Cristo. Então, nesse sentido, todos os católicos têm que ser conservadores. Quem acha isso retrógrado está, na verdade, usando parâmetros humanos para resolver assuntos divinos", disse Paloma Roca.
Para a escolha do futuro papa, a representante da Opus Dei confia na "inspiração do Espírito Santo e que o novo pontífice será o melhor para a Igreja".
Opus Dei vem do latim: Obra de Deus. Uma organização criada em 1928 pelo sacerdote espanhol Josemaría Escrivá, canonizado em 2002.
O grupo foi apoiado pelo ditador Francisco Franco e atualmente conta com 80 mil filiados em 80 países, inclusive no Brasil.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/345956/visualizar/
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